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A Qualcomm apresentou seu primeiro centro de referência de Internet das Coisas (IoT) no Brasil. Ele está localizado em Sorocaba, cidade a 109 quilômetros de São Paulo, dentro do campus da Faculdade de Engenharia de Sorocaba (Facens). O espaço recebe apoio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) e tem como objetivo inicial desenvolver a visão computacional para IoT no País.

“Esse IoT Reference Center tem dois desdobramentos: Smart Cities e, dentro disso, tem um tema especifico que é a visão computacional. Queremos mostrar para as 5 mil cidades do Brasil o que é uma cidade inteligente, de modo que facilite a adoção da IoT pelas prefeituras”, disse Rafael Steinhauser, vice-presidente da Qualcomm na América Latina.

“A Facens entra com a educação, nós com a tecnologia e o CPqD com a ideia que é desenvolver uma plataforma brasileira de visão computacional (uma câmera que olha para um objeto ou local e entende seu contexto) com inteligência artificial. Isso atuará no futuro em indústria 4.0 (manutenção preditiva), por exemplo”, completou o executivo.

IoT nas cidades

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No projeto, cuja duração é de 12 meses, a ideia dos participantes é criar, dentro da instituição de ensino, uma placa que seja incorporada a uma câmera conectada via rede celular, com chipsets móveis da Qualcomm. Por sua vez, o CPqD entra de forma complementar, com a plataforma Dojot para criação dos algoritmos de inteligência artificial. Em um segundo momento, a solução seria implementada em uma cidade brasileira – a ser definida – para monitorar placas de veículos, como explicou o vice-presidente de inovação do CPqD, Alberto Paradisi: “Será um portal capaz de medir veículos. Ele poderá executar o algoritmo no local (câmera). Não precisa de fibra ótica e nuvem. O sensor está ligado à capacidade de processamento local e transmitirá pela rede celular”.

Com a solução entre universidade, centro de pesquisa e empresa, a concepção é de que o centro de IoT sirva de referência para o setor público e o setor privado. Segundo José Palazzi, diretor de vendas da Qualcomm, dará para reduzir em 90% o custo de uma solução desse tipo, para dar escalabilidade em sua implantação pelas cidades. Paradisi completa ainda dizendo que é necessário criar essa solução localmente, pois outras opções internacionais não atenderiam às demandas dos brasileiros.

Uso no campus

No Centro de Referência de IoT, estudantes a partir do primeiro ano poderão se beneficiar do espaço. No local, os discentes utilizarão plataformas móveis Snapdragon 820. Ao todo, a Facens tem 3,9 mil alunos de graduação (engenharia, arquitetura e jogos digitais) e 1 mil em pós-graduação. Esses algoritmos ficarão abertos à comunidade acadêmica por meio de um site próprio.

“Esse passo que está sendo dado com o primeiro centro de IoT é um passo para o Brasil. Deu-se a ideia de montar aqui dentro uma cidade inteligente, em um campus que tem mais de 5,5 mil pessoas circulando por dia”, explicou Antonio R. Beldi, presidente do conselho da ARCET, mantenedora da Facens. “Os desafios estão aí e, com isso, estamos descobrindo talentos aqui dentro para tratá-los. Realidade virtual, realidade aumentada, comunicação em nuvem, tudo isso está sendo aplicado na prática aqui”.

A parceria dura 12 meses, mas pode ser ampliada, segundo Steinhauser. O executivo da Qualcomm também explicou que o desenvolvimento do centro de estudos de Internet das Coisas não tem relação com o projeto QSiP, e, embora a faculdade tenha um centro de pesquisa, a fornecedora não será beneficiada pela Lei do Bem.

Os valores do investimento no laboratório não foram revelados.

 

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