O que os mercados de mobilidade urbana e de programas de fidelidade têm em comum? No Brasil, a resposta é a startup SmashPoints. Ela funciona como um marketplace de serviços de mobilidade urbana e um programa de pontos. No seu app, o usuário compra créditos para diferentes serviços de mobilidade urbana e recebe entre um e seis pontos por cada Real gasto. Os pontos acumulados podem ser trocados depois por mais créditos em qualquer um dos serviços disponíveis. Atualmente seu marketplace inclui Uber, Grin, Yellow, E-moving, Riba, Bike Sampa, Voom, Uber Eats e RecargaPay. E há negociações para adicionar vários outros serviços ainda neste ano.
“Antigamente as pessoas usavam um único modal de mobilidade urbana no dia a dia, hoje usam vários: patinete, metrô, bike etc. Nós trabalhamos com um conceito amplo de mobilidade urbana, que inclui os serviços de delivery. Neles, quem se move é o entregador”, explica o idealizador da SmashPoints, Jaime del Pozo. Ele é ex-executivo da Latam Linhas Aéreas, onde atuou justamente na área de programa de fidelidade. “Os programas de fidelidade começaram com as linhas aéreas. Quando apareceram serviços como Uber e bicicletas compartilhadas, vi que dava para aplicar o conceito de programa de vantagens na mobilidade urbana”, relata.
Jaime del Pozo e Fábio Doneux, sócios da SmashPoints
A cada compra de créditos feita dentro do app da SmashPoints, o consumidor recebe um código para informar no aplicativo de mobilidade urbana escolhido. O mesmo acontece quando resgata seus pontos no app. Uma característica importante é que a SmashPoints permite que o consumidor combine pontos e dinheiro na compra de créditos. A ideia é facilitar o máximo possível o uso dos pontos, cuja validade é de dois anos.
Ao contrário de programas de milhas, nos quais os passageiros levam anos para acumular a quantidade necessária para trocar por uma viagem, na SmashPoints a proposta é viabilizar trocas menores e em menos tempo.
“Nós queremos que todos os clientes usem todos os pontos. Nosso modelo não se baseia na expiração dos pontos”, afirma Pozo. A monetização da SmashPoints provém da comissão que recebe pela venda de créditos para os serviços de mobilidade urbana.
A startup acredita que no futuro poderá haver uma integração com outros programas de fidelidade que queiram justamente prover maior liquidez para os seus pontos oferecendo a opção de troca por serviços de mobilidade urbana através da SmashPoints.
Outras vantagens
Lançada em maio, a SmashPoints ainda não fez nenhuma divulgação massiva. Nesses primeiros meses, a startup conseguiu validar algumas das vantagens que seu serviço oferece para o consumidor. A primeira delas é o fato de o usuário concentrar em um único local o seu cartão de crédito e seus gastos com mobilidade urbana, em vez de informar o número do cartão em vários apps diferentes. A segunda é oferecer para o consumidor uma visão organizada e transparente de quanto gasta por mês com cada serviço de mobilidade urbana. “Enviamos um extrato mensal de todos os gastos. Somos meio que um Guiabolso da mobilidade urbana”, compara Fabio Doneux, outro sócio da SmashPoints. Uma terceira vantagem é o fato de o consumidor acumular pontos duplamente: no seu cartão de crédito e na SmashPoints.
A empresa não divulga números absolutos de sua operação por enquanto, mas informa que sua base tem crescido organicamente, em média, 15% por semana.
