Em sua dinâmica no open finance, o Itaú já tem mais clientes que aderem ao seu agregador financeiro que correntistas plugando suas informações em outros bancos. Sem revelar números absolutos durante o Mobifinance, evento organizado por Mobile Time nesta terça-feira, 18, Marco Cavagnoli, diretor de digital cash management e open finance do Itaú Unibanco, confirmou que o banco está com uma “boa adesão” no seu sistema de open finance.
Com isso, o banco sai na frente naquilo que o executivo apelidou de “guerra das telas”, um movimento que forçará os participantes do open finance na retenção do usuário em seu aplicativo por meio da agregação de informações em uma única tela. Cavagnoli explica que a disputa exigirá dos players a busca da “principalidade do cliente” – ou seja, ser a instituição escolhida pelo consumidor para agregar todos os seus dados financeiros – e quem conseguir isso ganha a guerra das telas.
Neste cenário de guerra das telas, o diretor do Itaú vê, inicialmente, dois cenários de consumidores (personas) a serem trabalhados que poderão ser retidos: o cliente que se preocupa em ter acesso aos melhores produtos financeiros; e o consumidor que deseja administrar melhor seu tempo.
“Não tem consumidor igual. Temos diversas personas. Mas, inicialmente, essas são as duas personas que mais identificamos nesta jornada”, analisa Cavagnoli. “Temos que entender que o fazer banking – pagar taxa, contas, investir – não é a tarefa do usuário. O consumidor quer simplicidade, como ter insights em como usar dois a três bancos em uma única tela”, discorreu o executivo.
Elaine Shimoda, head de pagamento do PicPay, acredita que “muito pode acontecer” no open finance, pois o Brasil está nos primeiros momentos. Mas com a infraestrutura e os bancos funcionando, a executiva vê com naturalidade a “tangibilização do valor para o consumidor”. Entre serviços que podem ser atrativos ao cliente, Shimoda citou “operação de crédito mais atrativa e serviço de agregação financeira”.
Por sua vez, Wagner Martin, vice-presidente de negócios da Veritran, afirma que neste cenário a experiência do usuário se torna a grande chave do open finance. “A UX será fundamental para atrair clientes”, disse Martin. “O ecossistema tem que funcionar buscando o cliente no momento adequado e dando as melhores opções. Ou seja, as melhores taxas e as melhores condições financeiras não são os melhores atrativos. A UX, por ser mais fácil e mais fluida, fará as pessoas escolherem as instituições”, concluiu.