Pessoas com grave dificuldade de dicção por razões diversas, como danos cerebrais ou síndromes e doenças variadas, ganharão em breve uma ferramenta para a auxiliar a sua comunicação. Trata-se do app TalkItt (Android, iOS), desenvolvido pela start-up israelense VoiceItt. Sua função é escutar uma frase que a pessoa diz e repeti-la com melhor dicção para que os interlocutores consigam entendê-la. Para tanto, o usuário precisa antes calibrar o aplicativo, gravando várias palavras e frases do seu jeito e informando por escrito o que significam. As sessões de calibragem demandam entre 30 minutos e duas horas de gravações.
O TalkItt funciona com qualquer língua. Na verdade, poderia até funcionar com uma língua inventada, explica Jessica Eisenberg, gerente de marketing da empresa. O importante é que a pessoa com a dificuldade de dicção sempre repita as palavras e frases mais ou menos do mesmo jeito, de maneira consistente, para que possam ser compreendidas pelo app.
Nesta primeira versão, apenas as palavras e frases gravadas na calibragem são reconhecidas. Mas a empresa está trabalhando em uma versão futura que será capaz de combinar fonemas para a construção de palavras e também palavras para a construção de novas frases. Essa versão evoluída ficará pronta somente em 2016.
Enquanto isso, a primeira versão está em testes de laboratório. O teste beta começará dentro de quatro meses. E o lançamento comercial é esperado para o segundo trimestre de 2015. A ideia é oferecer o primeiro mês de graça e depois cobrar uma mensalidade de US$ 20.
O aplicativo foi apresentado durante painel sobre m-health no MEF Global Forum, nesta terça-feira, 18, em São Francisco, nos EUA.
App para surdos
Outra novidade na área de acessibilidade é um app voltado para surdos criado por outra start-up, a Transcense. O software tem como objetivo viabilizar conversas em grupo entre pessoas com e sem deficiência auditiva. Ele transforma em texto, em tempo real, o que os falantes dizem, na tela dos smartphones de todos os participantes da conversa. E faz o caminho inverso: fala o que a pessoa com deficiência escreve em seu smartphone. O app ainda não foi lançado.
O CEO e um dos fundadores da Transcense, Thibault Duchemin, é filho de um casal de surdos. O principal desenvolvedor da empresa também tem deficiência auditiva. "Existem 360 milhões de surdos no mundo. Muitos conseguem entender o que as pessoas falam através de leitura labial. Mas quando não estão olhando perdem parte da conversa", comentou, durante apresentação no MEF Global Forum.