Uma das maiores transformações no mundo dos negócios associada à popularização dos smartphones é a facilidade com a qual novas ideias saem do papel e são distribuídas rapidamente para os seis continentes graças ao trabalho de um número cada vez menor de pessoas e com menos capital inicial. Essa foi uma das mensagens passadas por Benedict Evans, especialista em mobile e sócio da empresa de venture capital Andreesen Horowitz, durante a abertura do MEF Global Forum, nesta quarta-feira, 18, em São Francisco.
Evans deu como exemplo os casos de sucesso do AirBnB e do Uber. "Dez anos atrás, o Uber estaria vendendo software para empresas de táxi e o AirBNB para alguma rede hoteleira como o Hilton", comparou. As duas empresas só se tornaram o que são hoje por causa das portas que o ecossistema móvel lhes abriu, como a possibilidade de construir uma plataforma que conecte consumidores a prestadores de serviços em uma escala global. O WhatsApp também serviu de exemplo: o aplicativo deve gerar um tráfego de 7,2 trilhões de mensagens no mundo este ano, tendo uma equipe de apenas 30 engenheiros, enquanto o volume mundial de SMS somando todas as operadoras deve ficar por volta de 7,5 trilhões.
"Pela primeira vez podemos vender para todo o planeta", disse Evans, referindo-se à distribuição de conteúdo e serviços pelo celular. Ele pontuou ainda que se trata de uma base de usuários em constante atualização de hardware. Enquanto 1,6 bilhão de PCs são trocados a cada cinco anos, 2 bilhões de pessoas trocam de celular a cada dois anos. Segundo Evans, em 2020 haverá de duas a três vezes mais smartphones do que PCs no mundo.