Conforme havia adiantado por Teletime, as operadoras de telecomunicações, representadas pelo SindiTelebrasil, apresentaram para o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e à Anatel novos estudos realizados pelo CPqD sobre interferências e convivência dos sinais de 5G e a recepção de sinais via satélite na banda C. Segundo o SindiTelebrasil, o propósito dos testes foi complementar à análise que havia sido feita pela agência, agora incluindo uma nova geração de filtros receptores capazes de mitigar as eventuais interferências. Segundo o sindicato, os estudos “comprovam a viabilidade técnica da convivência entre o 5G, na faixa de 3,5 GHz, e os sinais de televisão transmitidos via satélite pela Banda C (TVRO)”. Foi possível, conforme a análise do CPqD, “eliminar totalmente as interferências com a utilização de dispositivos, denominados LNBF’s de nova geração, a serem instalados na recepção dos sinais de TVRO, na residência do usuário”. Segundo o SindiTelebrasil, na época que a Anatel realizou os seus testes de interferência, os filtros ainda não estavam disponíveis no mercado, por isso este trabalho complementar foi realizado.
Segundo o comunicado do SindiTelebrasil, durante os ensaios de laboratório e a avaliação de campo foram testados oito novos equipamentos de quatro fornecedores, “e três deles eliminaram 100% da interferência, mesmo nos cenários mais críticos. Três dos quais foram capazes de eliminar totalmente a interferência do sinal na banda adjacente, avaliados no Cenário Anatel, sem a necessidade de redução na potência transmitida pelo 5G”, diz a nota, repetindo conclusão do relatório do CPqD.
As operadoras estão preocupadas em encontrar uma solução para os “problemas de convivência apontados nos testes realizados anteriormente pela Anatel, que indicavam eventuais casos de interferência nas situações mais críticas”. Após estas análises realizadas pela agência é que surgiram os novos filtros. “As conclusões do CPqD reforçam, portanto, o entendimento de que é desnecessária a migração de toda infraestrutura de TVRO para a banda Ku, o que traria uma complexidade desproporcional e um elevado impacto financeiro, com consequências negativas para o desenvolvimento da tecnologia 5G no Brasil”, diz a nota, pois “além de representar um impacto financeiro muito menor e uma maior facilidade de operacionalização, a utilização dos novos LNBF’s de nova geração garante o uso eficiente dos recursos públicos em benefício da sociedade”.