Superintendente de Negócios da Dataprev, Alexandre Pelliccione
A Dataprev avança com o uso de tecnologia de reconhecimento facial e de voz para realizar a prova de vida para a Previdência Social. A empresa de tecnologia de desenvolvimento de soluções para o governo federal iniciou o projeto piloto por biometria facial em 20 de agosto e, nesta primeira etapa, participam 500 mil beneficiários de todo o País. Durante o Rio.Futuro, evento online promovido pela Mox Digital nesta quarta-feira, 18, o superintendente de negócios da Dataprev, Alexandre Pelliccione, explicou que o governo prossegue com a proposta de digitalizar ao máximo seus serviços e benefícios e reduzir o número de documentos entregues de forma presencial.
“A prova de vida se dará de forma digital com uso de tecnologia de voz e facial. Estamos trabalhando nesse processo de validação. Como a previdência é uma das maiores do mundo, há necessidade de que o benefício seja pago com os critérios exigidos em lei e a prova de vida é um deles para a manutenção desse benefício. Devemos aprimorar o uso da tecnologia para evitar o deslocamento das pessoas e facilitar a vida delas”, disse Pelliccione.
Para isso, o superintendente de negócios da Dataprev aponta a integração de bases federais e a extensão para a base de dados nos níveis municipal e estadual como essenciais para a construção de uma grande base de dados da população brasileira. Com isso, é importante ainda que a empresa faça o uso da inteligência artificial para simplificar o processo de qualificação e análise. “Já temos uso da IA para alguns serviços, mas a ideia é estender para todos eles na Dataprev”, afirmou Pelliccione.
Durante sua fala no Rio.Futuro, o superintendente de negócios da Dataprev também explicou que a empresa está fazendo investimentos para modernizar seu parque tecnológico e está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Telemedicina no INSS
Além do teste sendo realizado com uso do reconhecimento de voz e facial para a prova de vida, a Dataprev contribuiu também para que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começasse a realizar, também em fase piloto, atendimentos de Perícias Médicas com uso de telemedicina. Os testes começaram na última segunda-feira (16), e seguem até 31 de janeiro de 2021.
Neste momento, a perícia por telemedicina na experiência piloto será somente para concessão de Auxílio por Incapacidade Temporária para o trabalho (antigo Auxílio-Doença). E o formato de perícia vale apenas para aquelas empresas que já possuem acordo de cooperação técnica com o INSS e possuem médico do trabalho. De acordo com o site da Dataprev, o procedimento é feito em conjunto , ou seja, usando tanto o médico do trabalho quanto o médico perito.
Números
Atualmente, a Dataprev tem um faturamento de R$ 1,6 bilhão. Em 2019, foi responsável por pagar R$ 530 bilhões em benefícios previdenciários; por entregar R$ 34,7 bilhões em benefícios de seguro desemprego; e outros R$ 56,8 bilhões em benefícios de prestação continuada. Os valores somados representam 8,4% do PIB de 2019.
Com relação aos dados processados, a Dataprev registrou no ano passado mais mais de 40,8 milhões de benefícios previdenciários por mês pagos com os sistemas da empresa; e 30,4 milhões de parcelas de seguro desemprego processadas em 2019.
Os números fazem parte dos dados de 208,7 milhões de brasileiros, ou seja, de toda a população do País, que estão na base da Dataprev e são registrados desde o nascimento até a morte, passando pela vida laboral, o casamento e a obtenção de direitos (como os benefícios oferecidos pelo governo).
