De acordo com a Associação Brasileira de Autorizadas em Eletroeletrônicos (Abrasa), a crise econômica durante o primeiro trimestre de 2016 fez com que a quantidade de reparos feitos pela assistência técnica subisse 28%. Se comprar o bolso não aguenta, reparar é a melhor solução.

Dentro deste cenário, Luciano Palma e Celso Pagotti criaram um aplicativo para aproximar profissionais de conserto da linha branca de eletrodomésticos a consumidores, o Desquebre (Android, iOS). Em conversa com Mobile Time, Palma contou que cogitou criar aplicações de atendimento para outros setores, como bancos e operadoras de telefonia, mas percebeu que a assistência de eletrodomésticos estava mais próxima do usuário final.

“Tanto eu quanto o Celso (Pagotti) trabalhamos muito tempo no mundo corporativo. Queríamos mais criatividade e em grandes empresas não tínhamos essa autonomia”, disse o empreendedor. “Nós saímos e começamos a analisar um mercado para atuar. Percebemos que precisávamos entrar em um mercado que fosse mal atendido e que pudesse ter uma melhoria com a tecnologia. Olhamos as operadoras de telefonia e os bancos, mas a linha branca era algo mais próximo das pessoas e mais fácil de executar”.

Atuação

Criado há dois anos, o app passou a funcionar plenamente oito meses atrás na região da São Paulo, ABC, Barueri e Jundiaí. Em um sistema de perguntas e respostas, a solução se propõe a encontrar o melhor técnico para cada tipo de problema. E, em alguns casos, o app dá dicas que podem ajudar o próprio usuário a resolver sua questão, sem o apoio de um profissional e sem custos. Quando necessário, o consumidor pode pedir o atendimento a um dos 14 profissionais disponíveis para atendê-lo e marcar a visita para consertar o equipamento em um valor que pode ser pago pelo aplicativo.

Até o momento, foram feitas 570 solicitações (quando o cliente apenas chama o técnico) e 150 chamados finalizados (quando o aparelho é consertado pelo técnico e o consumidor paga). O ABC Paulista é uma das regiões que mais teve atendimentos e, curiosamente, os usuários pedem suporte nos fins de semana. Pelo lado dos profissionais, é importante frisar que eles são independentes e estão livres para o cobrar o preço por seus serviços, mas, antes, passaram por uma triagem e foram treinados por Palma e Pagotti.

“Fazemos a triagem, a entrevista, e, se ele (o técnico) aceita, baixa o app e realiza o treinamento”, disse Palma. “A cada dois meses fazemos treinamentos adicionais sobre como lidar com o cliente, como se apresentar no WhatsApp, e a importância de atender rápido”.

Monetização

O pagamento in-app é feito com cartão de crédito e o usuário pode parcelar em até 12 vezes. Como o tíquete médio é de R$ 300, Palma explica que a opção é bastante usada pelos clientes. Metade deles preferem parcelar o serviço quando fica abaixo desse valor. Já quando é acima de R$ 400, mais pessoas optam por dividir no cartão. O aplicativo fica com 13% de cada transação e o restante (87%) é depositado na conta corrente do técnico via Moip.

Próximos passos

A start-up pretende alcançar 400 chamados atendidos até o meio de 2018, algo que multiplica por dez sua quantidade atual. A Desquebre, que recebeu um investimento do Grupo Synoro em 2017, pretende expandir suas operações para o litoral e outras cidades do interior paulista, além de algumas capitais brasileiras. Além disso, Luciano Palma acredita que há espaço para atender clientes de outros equipamentos, como aquecedor, ar-condicionado, TV e impressoras.

 

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