Os bancos brasileiros, por meio da Febrabran, enviaram comunicado à imprensa informando que apoiam e colaboram com o desenvolvimento do serviço nacional de pagamentos instantâneos, batizado como PIX pelo Banco Central. Contudo, alertam que precisarão fazer investimentos para adaptar e integrar seus sistemas à plataforma de liquidação do BC e oferecer o PIX a seus clientes.
“Para aderir ao PIX, os bancos brasileiros irão investir recursos adicionais em infraestrutura, tecnologia e segurança para padronizar e organizar um sistema dentro um ambiente de comodidade e confiabilidade para o cliente”, diz o comunicado, lembrando em seguida que cada instituição vai definir suas tarifas “de acordo com sua política de negócios”.
O BC pretende cobrar uma taxa dos prestadores de serviços de pagamentos (PSPs) por cada transação realizada com PIX, para ressarci-lo dos custos de manutenção e operação da infraestrutura de liquidação. O valor não está definido, mas se espera que seja uma fração de centavo. Também não está acertado se a cobrança será sobre o PSP do pagador ou do recebedor ou de ambos. Os detalhes devem ser divulgados em abril.
Em coletiva para apresentação da marca PIX nesta quarta-feira, 19, representantes do BC, por sua vez, confirmaram que cada PSP terá liberdade para definir o preço do PIX para o consumidor final, mas alertaram que se identificarem abusos, a autarquia poderá intervir, como regulador do mercado.
Análise
Para se popularizar e cumprir seu propósito de reduzir a circulação de dinheiro e aumentar a inclusão financeira da população brasileira, o PIX precisa ter um custo irrisório para o consumidor ou, preferencialmente, ser arcado pelos PSPs. Se o preço for qualquer coisa próxima dos atuais TEDs ou DOCs, o serviço não vai deslanchar. A aposta do BC é que no caso do PIX, por conta de um cenário competitivo mais amplo, que abrange não apenas bancos mas as chamadas instituições de pagamentos, muitas delas com forte viés tecnológico, haja pressão na direção de um preço baixo.