Telefônica/Vivo apresentou aumento na receita em 2019, sobretudo por conta do desempenho de serviços de maior retorno, como fibra e pós-pago. Porém, segundo balanço financeiro da operadora divulgado nesta quarta-feira, 19, houve queda no lucro de mais de 40% no comparativo com 2018.

A receita operacional líquida da companhia foi de R$ 11,377 bilhões no quarto trimestre, um aumento de 2,6% comparado ao mesmo período de 2018. No consolidado do ano, o avanço foi de 1,9%, total de R$ 44,268 bilhões. A empresa afirma que o resultado reflete o desempenho das receitas de pós-pago, terminais e fibra até a residência (FTTH).

Desse total, a receita líquida do serviço móvel foi a responsável pela maior fatia. No trimestre, foram R$ 7,452 bilhões, aumento de 5,7%. E no acumulado de 12 meses, foi de R$ 28,666 bilhões, acréscimo de 4,8%. Dentro desse substrato, a receita líquida de aparelhos foi respectivamente, no trimestre e no ano, de R$ 829 milhões (aumento de 46,2%) e de R$ 2,703 bilhões (crescimento de 40,7%). Somente considerando a receita do serviço móvel, os dados e serviços digitais somaram R$ 5,451 bilhões no trimestre, crescendo 5,8%. No ano, totalizou R$ 21,206 bilhões, aumento de 6%. A receita de voz caiu 11,8% no trimestre (total de R$ 1,170 bilhão) e 12,4% no ano (R$ 4,748 bilhões).

Já a receita fixa foi de R$ 3,925 bilhões nos últimos três meses de 2019, uma redução de 2,8%. Considerando o ano inteiro, a queda foi de 3,2%, totalizando R$ 15,602 bilhões. Considerando apenas a banda larga, a receita foi de R$ 1,510 bilhão no trimestre, avanço de 7,2%; e de R$ 5,720 bilhões no ano, aumento de 9,8%. O FTTH obteve crescimento de 37,6% no trimestre (total de R$ 586 milhões) e de 45,8% no ano (total de R$ 2,035 bilhões), ajudando a compensa a queda nas tecnologias legadas como o cobre.

A TV por assinatura teve queda na receita: de 11,1% no trimestre (R$ 439 milhões) e 5,3% nos 12 meses (R$ 1,827 bilhão). O que provocou a redução do negócio mesmo foi o segmento de voz, que caiu 17,8% no trimestre, somando R$ 1,235 bilhão; e 18% no ano, somando R$ 5,290 bilhões. A empresa destaca que os dados corporativos e TI apresentaram crescimento de 17,8% no trimestre, total de R$ 728 milhões, e de 9,9% em 2019, somando R$ 2,718 bilhões, especialmente por conta do desempenho de novos serviços como dados, cloud e serviços de TI e vendas de equipamentos.

Efeitos contábeis

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) contábil (ou seja, considerando efeitos da adoção da norma contábil IFRS 16) foi de R$ 4,967 bilhões no trimestre, aumento de 22,8%. No consolidado do ano, foi de R$ 18,134 bilhões, aumento de 1,7%. A margem EBITDA contábil nos três meses foi de 43,7%, um aumento de 7,2 pontos percentuais; e de 41% nos 12 meses, estável em relação a 2018.

Excluindo os efeitos da adoção do IFRS 16 nos números de 2018, deixando-os comparáveis com o ano anterior, o EBITDA pro forma foi de R$ 4,479 bilhões no trimestre (aumento de 10,7%) e de R$ 16,232 bilhões no ano (queda de 8,9%). A margem foi de 39,4% (2,9 p.p. acima) no trimestre e de 36,7% em 2019 (queda de 4,3 p.p.).

Da mesma forma, o lucro líquido trouxe resultados diferentes de acordo com a norma contábil. Considerando o IFRS 16, o lucro contábil foi de R$ 1,274 bilhão no trimestre, queda de 14,3%. No ano, foi de R$ 5,001 bilhões, após recuo de 44%. No resultado pro forma, o lucro líquido foi de R$ 1,364 bilhão (queda de 8,2%) e R$ 5,300 bilhões (redução de 40,6%). A Vivo justifica que houve impacto do maior pagamento de impostos no final do ano, relacionado à menor declaração de juros sobre capital próprio (JSCP) no trimestre, e maiores gastos com depreciação.

Os investimentos nos últimos três meses do ano foram de R$ 2,357 bilhões, 11,5% acima do registrado em igual período de 2018. Somando o ano passado inteiro, o Capex da empresa cresceu 7,9% e totalizou R$ 8,844 bilhões.

Operacional

A Vivo encerrou dezembro com 93,627 milhões de acessos, um recuo de 1,6% no comparativo anual. A queda foi sobretudo nos celulares pré-pagos e na TV por assinatura com DTH.

O segmento móvel aumentou 1,9% e ficou com 74,582 milhões de conexões. A empresa destacou ter 57,9% da base em pós-pago; além da cobertura de 1,208 cidades com 4,5G. A receita média por usuário (ARPU) móvel era de R$ 29,8 no final do ano, um aumento de 1,7%. A diferença é na modalidade: no pós-pago, o ARPU era de R$ 52,5 (aumento de 0,9%), e no pré-pago, de R$ 3 (avanço de 14,1%).

Por sua vez, os acessos fixos apresentaram queda de 13,5%, totalizando 19,044 milhões de acessos. O segmento de fibra (FTTH) encerrou o ano com 2,477 milhões de acessos, um aumento de 30,8%, sendo que somente no último trimestre foram 145 mil adições líquidas. A empresa detinha 164 cidades com FTTH, das quais 43 foram adicionadas no ano passado. As outras tecnologias, por sua vez, mostraram queda de 20,4%, mas ainda sendo quase o dobro da fibra, com 4,430 milhões de contratos. A ARPU da banda larga era de R$ 71,7, um aumento de 14,1%.

A TV por assinatura encerrou o ano em queda de 15,8%, e total de 1,320 milhão de contratos. Porém, o IPTV ultrapassa as tecnologias legadas, somando 715 mil acessos após avanço de 23,4%. As demais somaram 605 mil, após queda de 38,7%. A companhia ressalta que a redução é resultado da decisão estratégica de descontinuar as vendas do DTH. Mas chama atenção para a melhora do mix com o IPTV, que causou impacto na ARPU do segmento, crescendo 4,5% e ficando em R$ 108,5.

 

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