A CredDefense, empresa brasileira especializada em prevenção à fraude, desenvolveu um score de fraude, calculado a partir de uma combinação de reconhecimento facial e comportamento de compras do consumidor, com base no histórico armazenado pela companhia. Na prática, é uma pontuação que indica a probabilidade de a pessoa ser um fraudador. A novidade foi lançada no mês passado e começa a ser utilizada por um grande banco.

O score de fraude é um produto derivado dos sete anos de experiência da empresa no uso de reconhecimento facial no combate à fraude. A CredDefense fornece para seus clientes corporativos uma solução para captura e comparação de rostos de consumidores no ato da compra ou assinatura de contrato, comparando com uma base única associada a outros dados pessoais, como nome completo, CPF e data de nascimento. As fotos podem ser tiradas por uma webcam comum ligada a um computador ou pela câmera de um smartphone. A CredDefense acumula mais de 57 milhões de fotos de rostos de cerca de 30 milhões de pessoas diferentes. Diariamente, captura 130 mil fotos, sendo cerca de 30% de pessoas novas, ou seja, que ainda não constavam do seu banco de dados. Sua solução de reconhecimento facial é usada principalmente por varejistas e financeiras para ser protegerem de fraudes em vendas financiadas, mas também por locadoras de veículos e, mais recentemente, por empresas de logística, para a proteção contra caminhoneiros que falsificam sua documentação pessoal para roubar cargas.

Em média, entre 1,5% e 2% das transações verificadas por reconhecimento facial na CredDefense são potencialmente fraudulentas. A empresa entrega um score biométrico, indicando a probabilidade de aquela pessoa ser de fato quem ela diz que é. Isso leva em conta não apenas a comparação com outras fotos em seu banco de dados, mas também o cruzamento com os demais dados associados àquele rosto (CPF, nome completo, data de nascimento etc). 

O score de fraude é um passo além, pois leva em conta também o comportamento da pessoa. A partir de dados como a frequência, a recência e o valor das suas últimas compras é feita uma análise com um algortimo e inteligência artificial para identificar padrões típicos de fraudadores.

“No score biométrico comparamos fotos. Quanto mais imagens, maior a precisão. Mas no score de fraude avaliamos não apenas o rosto, mas a recorrência, o comportamento”, explica José Luis Volpini, CEO da CredDefense, em conversa com Mobile Time. Ele cita o caso do mercado de locadoras de veículos, no qual é comum o fraudador procurar várias locadoras no mesmo dia, para tentar aplicar o mesmo golpe várias vezes em um curto espaço de tempo. Essa recorrência em um período tão curto aumenta seu score de fraude, mesmo que os demais dados (foto, CPF etc) não indiquem nada de errado. 

Mobile

Desde 2019 a CredDefense tem usado o smartphone também como meio para captura de fotos na prevenção à fraude. A empresa trabalha de três maneiras com smartphones: 1) inclusão do seu SDK no app do cliente; 2) envio de link por SMS para acesso a uma página na web onde é feita a captura da foto; ou 3) WhatsApp, com toda a jornada de captura da imagem realizada dentro do app de mensageria. O mobile é usado principalmente em processos de autenticação, que hoje representam 30% do total de 130 mil fotos capturadas diariamente pela CredDefense.

Dependendo da necessidade do cliente corporativo, a CredDefense pode incluir também a captura e a verificação de documentos, como CNH, e até a checagem de antecedentes crimininais. 

Em seu modelo de negócios, a empresa cobra por consulta, cujo valor unitário cai de acordo com o volume. 

Crescimento

Volpini estima que a população economicamente ativa do Brasil gire em torno de 100 milhões de pessoas. Sua expectativa é crescer entre 30% e 40% o número de pessoas cadastradas na base da CredDefense ao longo deste ano. 

 

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