Após dois anos e meio de experimentação, promovendo projetos-pilotos, a Embratel lançou uma oferta de rede privativa 5G de prateleira, conforme havia antecipado o Mobile Time. De acordo com Maria Teresa Azevedo Lima, diretora executiva da companhia, a precificação é baseada em apenas duas variáveis customizáveis pelo cliente: a área de cobertura do sinal e o SLA, que atende diferentes perfis de empresas.
Antes da licitação das frequências pelo governo, a empresa B2B da Claro utilizava licenças científicas da Anatel para testar casos de uso. Aplicações foram experimentadas com parceiros como Gerdau, Hospital das Clínicas de São Paulo, WEG e Nestlé. Na área da saúde, por exemplo, a demanda foi o monitoramento de pacientes, com transmissão de dados em tempo real. Na indústria, foi o controle da linha de produção.
“Fomos aprendendo com isso, entendendo como é que era a demanda e qual era a dificuldade das empresas em como implementar uma solução de 5G. Amadurecemos esse conceito de ser um projeto que facilite o entendimento e que seja feito de forma customizada, mas que atenda as necessidades. E é simples: metro quadrado e SLA”, explica a diretora. “Essa experimentação foi importante para tentar achar as áreas de maior interesse e para modelar as soluções”, diz.
Para ela, este é um dos maiores desafios do 5G, “o primeiro G da história dos Gs que é mais para empresas do que para as pessoas”. Este tipo de conectividade apresenta grandes avanços em velocidade, latência e densidade de dispositivos, mas companhias no mundo todo buscam entender qual é o valor que pode ser gerado para outros setores da sociedade que não os consumidores, como indústria, saúde e as cidades inteligentes.
Há duas principais áreas em que a Embratel está mais avançada em negociações para a implementação de redes privativas 5G: siderurgia e portos. Lima não pode dar detalhes sobre essas negociações, mas explica os casos de uso nesses setores. A conectividade é usada dentro de áreas portuárias para automatizar a movimentação de contêineres de cargas, diminuindo o tempo de operação manual.
As mineradoras, por sua vez, têm outro desafio. Atualmente, já são fabricados caminhões autônomos para transporte de minérios. “O que nós estamos oferecendo é a conectividade, e com isso automatizar todo o movimento dentro da mineração. Aumenta a eficiência, aumenta a produtividade, reduz os riscos de acidentes”, aponta como benefícios.
“Agora, é um pouco o momento também das empresas entenderem. Essa experimentação é importante para definir bem qual é o problema que querem resolver para que possamos fazer esse papel de integração, buscar os parceiros e habilitar, para que os empresários tenham uma solução mais simples e mais fácil de ser viabilizada”, comentou.