Uma das principais causas de congestionamento das redes celulares atualmente é o excesso de sinalização gerado por aplicativos abertos em smartphones. Muitas vezes, essa comunicação é infrutífera, pois não há nenhuma novidade a ser acessada pelo app. Para reduzir o problema a operadora norte-americana AT&T está usando um gateway de interação fornecida pela irlandesa Openet. Por meio desse gateway, a AT&T interage com os smartphones dos seus clientes e consegue fechar automaticamente aplicativos que estejam exagerando nas solicitações de sinalização. Essa tarefa requer a presença de um pequeno software no smartphone. No caso de aparelhos Android, esse software está vindo embarcado nos produtos vendidos nas lojas da operadora.

O gateway de interação é uma solução lançada há poucos meses pela Openet. Seu foco principal, na verdade, é propor ofertas aos assinantes de acordo com o seu consumo. No caso de roaming internacional, por exemplo, a solução identifica quando o assinante está em viagem fora do país e envia uma mensagem com uma proposta de plano, que pode ser contratado pelo próprio celular, sem interação com atendentes. Outro uso da mesma plataforma seria alertar o cliente sobre a existência de redes Wi-Fi de parceiros da operadora e propor a contratação de algum plano de acesso temporário naquele local.

Policy

O carro-chefe da Openet, contudo, é a sua plataforma de gerenciamento de policy, hoje utilizada por diversas operadoras de grande porte na Europa e nos EUA, como Orange, AT&T, Portugal Telecom, Telefónica e Verizon. No Brasil, sua cliente é a CTBC. "Somos focados em policy. Sabemos fazer isso bem e rápido", atesta o vice-presidente de vendas e desenvolvimento de mercados da Openet no Caribe e América Latina, Antonio Ribeiro Júnior.

Uma plataforma de "policy" tem o papel de gerenciar as políticas de uso definidas por uma operadora para os seus planos de voz e dados, como franquias de dados, redução de velocidade etc. É essa plataforma que envia os avisos por SMS quando o assinante atinge determinados patamares de uso etc.

Uma das discussões no momento entre as operadoras ao redor do mundo diz respeito a como lidar com o tráfego gerado pelos serviços over the top (OTT). "Enquanto o consumo for pequeno, tudo bem. Mas os estudos mostram que a demanda vai crescer muito e haverá problemas no futuro", comenta Ribeiro Júnior. Uma das possibilidades consideradas pelas operadoras é de que os provedores de conteúdo paguem parte dessa conta. Outra seria cobrar à parte dos consumidores, dependendo do tipo de tráfego que tenham. Conforme os planos de dados fiquem mais complexos, as plataformas de policy se tornarão ainda mais importantes.

 

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