Cerca de 500 mil alunos de escolas particulares do 6º ao 9º ano do ensino fundamental que utilizam a coleção de livros didáticos Araribá, da Editora Moderna, ganharam uma nova companheira de estudos, a coruja Stryx. Ela é um chatbot, com a qual os estudantes conversam pela web ou por um app móvel da coleção para revisarem e reforçarem o conhecimento adquirido com a leitura dos livros. Links para conversar com a Stryx estão presentes nas páginas dos livros de Matemática, Português, Ciências, História e Geografia usados por crianças entre 11 e 14 anos. O bot foi incluído em uma nova edição da referida coleção, adotada a partir deste ano letivo de 2019.
Pesquisas realizadas pela editora indicavam que os professores demandavam novos recursos para aumentar o engajamento dos alunos. Foi então que surgiu a ideia de incluir um chatbot na nova versão da coleção Araribá, relata Gabriela Dias, consultora digital da Editora Moderna.
15 professores das cinco matérias trabalharam no projeto. Eles dividiram o conteúdo didático em mais de 200 temas. “Foi feito um estudo sobre como quebrar o conteúdo em microporções. Houve um trabalho pedagógico de como abordar e estruturar os conteúdos dos livros em formato conversacional. Foi feita uma transposição didática para o formato de conversa”, relata Dias. Nesse processo, a Editora Moderna contou com o apoio dos profissionais da Outra Coisa, agência contratada para desenvolver o bot.
A coruja Stryx, chatbot da Editora Moderna na coleção Araribá
Por uma decisão pedagógica, cada aluno consegue conversar com a Stryx somente sobre o conteúdo do seu ano letivo, ou dos anos anteriores, não dos seguintes. Os primeiros passos na conversa consistem em informar o nome do aluno e a responder a algumas perguntas, como sua matéria favorita e aquela com a qual tem mais dificuldade. Essas informações são usadas pelo chatbot ao longo da conversa, que transcorre de maneira descontraída, para manter o aluno interessado. A solução não usa inteligência artificial: o diálogo é conduzido pela Stryx, oferecendo opções de respostas em botões.
Exemplo de conversa com a Stryx
“A Stryx é uma coruja bem-humorada. Não tem uma postura de sabe-tudo, mas dialoga, faz brincadeiras, trata os temas de forma lúdica. Quando é o caso de haver uma pergunta sobre conhecimento, a Stryx sinaliza se o aluno acertou ou errou, mas de maneira sutil. A resposta da Stryx tanto para erro quanto para acerto é sempre um reforço do conceito”, explica a consultora digital.
A diferença de idade dos estudantes foi levada em conta na construção da Stryx. A conversa fica mais sofisticada, acompanhando o ganho de maturidade dos estudantes ao longo dos anos do ensino fundamental. “É uma fase muito complicada. No começo o aluno está mais para criança e na segunda metade está mais para adolescente. Isso requer estratégias de comunicação diferentes”, comenta Dias.
A consultora digital da Editora Moderna ressalta que não existe a intenção de substituir professores por bots. “Não vemos o chatbot como um substituto do professor. A gente vê os bots como um recurso complementar que o professor pode usar em sala de aula em dinâmicas de grupo, ou como um assistente virtual de estudo para o aluno usar fora da sala de aula, como reforço ou revisão de conteúdo. O bot não foi projetado nem para substituir o livro. O conteúdo do bot não é exaustivo nesse sentido e nem tem a pretensão de explicar toda a matéria”, esclarece Dias.
Educabot
Uma outra versão do projeto, esta batizada como Educabot e que pode ser utilizada de forma independente dos livros, está participando de um edital aberto pelo Ministério da Educação (MEC) para a identificação de tecnologias educacionais emergentes que poderão ser testadas em escolas públicas.
Super Bots Experience
Gabriela Dias vai apresentar o case da Stryx na 5ª edição do Super Bots Experience, que acontecerá nos dias 7 e 8 de agosto, no WTC, em São Paulo. O evento é organizado por Mobile Time. Para mais informações sobre o evento, acesse www.botsexperience.com.br, ou ligue para 11-3138-4619, ou escreva para [email protected]
