| Publicada originalmente no Teletime | Na avaliação da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra), a determinação da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) que proíbe empresas de ligar para oferecer produtos ou serviços a clientes, o chamado telemarketing ativo, terá impacto negativo sobre a atividade econômica, na medida em que poderá deixar milhares de brasileiros desempregados.

Segundo a presidente da entidade, Vivien Mello Suruagy, a decisão anunciada na segunda-feira, 18, pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, terá impacto imediato sobre as companhias que operam no setor, que emprega atualmente 1,4 milhão de profissionais, muitos deles mulheres e jovens em primeiro emprego. O mesmo posicionamento é defendido pela Fitratelp e Fittel, entidades que também representam os trabalhadores do setor.

Segundo a Feninfra, essas empresas de telemarketing já vinham sendo pressionadas pela Anatel, que, em março, determinou a utilização do prefixo 0303 para as chamadas geradas por operadoras de telemarketing interessadas em vender produtos ou serviços. “Com esta nova medida, o Ministério da Justiça e Segurança Pública acelera um processo que vai dizimar milhares de empregos. Essa cruzada contra o telemarketing, que só agrava um problema crônico, vem num momento em que o foco deveria ser a recuperação de nossa economia”, diz Vivien Suruagy.

A presidente da Feninfra lembra que, além da obrigatoriedade de uso do prefixo 0303, que já vinha sendo contestada pelo setor, a Anatel havia enquadrado empresas de menor porte e pouco estruturadas, que utilizam robôs para fazer ligações, um sistema considerado abusivo pela agência. De acordo com Suruagy, “nossas operadoras de telemarketing não se encaixam nesta situação, não apoiam a utilização dos robôs, têm porte e geram empregos para milhares de pessoas”.

“Como temos visto, medidas mal planejadas, mesmo que bem-intencionadas, podem sacrificar o ganha pão de trabalhadores, gerar risco de quebradeira de empresas e prejuízos para o País. O que o Brasil mais precisa agora é de políticas públicas que estimulem o setor produtivo, que é o único capaz de injetar os recursos necessários para movimentar a economia”, finaliza a executiva da Feninfra.

 

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