Namoradas e namorados extremamente ciumentos ficam tentados a fuçar os celulares de seus parceiros, ouvir as conversas e ler as mensagens de texto. Um aplicativo chamado Rastreador de Namorado está gerando bastante polêmica sobre o assunto. Lançado em junho para Android, o app mostrava a localização do celular do parceiro, enviava cópias dos SMS recebidos e permitia que a espiã ou espião escutasse as ligações feitas. Tudo isso até a ferramenta ser bloqueada na Google Play.
O motivo do bloqueio foi o envio de dados pessoais a terceiros sem notificar o usuário, fato que vai contra os termos de uso da loja de aplicativos do Google. Com isso, o Rastreador de Namorado perdeu todos os 100 mil usuários. Mas os desenvolvedores decidiram criar outra versão do app que notificava o namorado espiado e pedia o seu consentimento para realizar as funções. Para os ciumentos que querem passar despercebidos, a novidade não agradou. No entanto, os desenvolvedores começaram a oferecer o modo ‘escondido’ por uma assinatura de R$ 4,99 por mês. Essa versão é fornecida por um distribuidor independente dos próprios desenvolvedores.
Nesta semana a versão do aplicativo com as notificações foi bloqueada novamente pela Google Play, eliminando cerca de 10 mil usuários pelo mesmo motivo. “Acho que o Google tem o direito de bloquear, porque existem os termos de uso que concordamos, mas nesta segunda vez foi erro deles. Pelo menos, o argumento para o segundo bloqueio não é verdade. Acho que eles agiram de forma autoritária e sem critério”, critica Danilo Neves Cruz, um dos desenvolvedores do Rastreador de Namorado.
Cruz e o sócio Matheus Grijó recorreram ao segundo bloqueio, mas ainda aguardam uma resposta do Google. Enquanto isso, continuam distribuindo o aplicativo de forma independente e têm planos de criar outros apps similares de relacionamento.
Embora tenha a versão escondida como fonte de receita, Cruz afirma que recomenda o uso do app com consentimento do namorado ou namorada. “A questão é o uso que a pessoa dá ao aplicativo. Existem outros apps que têm as funções que temos, mas de forma separada. O nosso pode ser usado por um pai que quer saber sobre o filho ou para encontrar um celular roubado”, diz.