Durante o lançamento da nova família de smartphones de gama média Galaxy J, o diretor de produtos móveis da Samsung, Roberto Soboll indicou que a atual crise financeira gerada pela variação no câmbio com a alta do dólar ante outras moedas, como o real, também afeta o mercado de smartphones.
“Nosso mundo (dos smartphones) é baseado em escala. Precisamos de uma demanda para entregar, por exemplo, dispositivos com tela Super AMOLED”, explicou Soboll. “Esse mundo tem uma forte base no dólar. Portanto, a moeda influencia na nossa produção”.
No entanto, o executivo brasileiro afirma que a empresa fez um trabalho de “racionalização”, ao negociar componentes e deixar de apresentar novos produtos para manter os preços competitivos. Um exemplo foi a decisão de lançar apenas modelos de 16 GB de espaço em disco da nova família de smartphones.
“Em outro momento, nós poderíamos ter lançado o J5 e o J7 de 8 GB para um consumidor de entrada”, indicou o diretor da companhia sul-coreana. “Afinal, não posso chegar para o consumidor e dizer: o aparelho passou de R$ 1 mil para R$ 2 mil por causa do câmbio”.
Futuro do setor
Em conversa com o Mobile Time, Soboll também abordou a competição entre os smartphones de 4G e com tela grande. Para ele, a disputa entre as fabricantes de smartphones deve ganhar um novo cenário, concentrando-se na faixa de preço até R$ 1 mil. Dois anos atrás, a briga maior acontecia na faixa abaixo de R$ 500. Soboll entende que o aumento não se deve à inflação, mas ao fato de os aparelhos terem melhorado de qualidade e também por causa do aumento da penetração do produto no Brasil. “O cenário está mudando, não haverá mais o conceito linear de smartphones de entrada, mid-range, high-end e premium”, diz.
Dentre as mudanças que a firma sul-corena busca, está o término de linhas antigas. As famílias “E”, “Y” e “Win” devem ser eliminadas nos próximos 12 meses para dar espaço aos smartphones da família “J”, “A”, “S” e os phablets da linha “Note”.
Varejo físico Vs e-commerce
Com a concorrência pelo mercado de smartphones, a disputa começa a ganhar outros campos de batalha, como o comércio eletrônico e as mídias sociais. Xiaomi, Asus e Motorola são exemplos de fabricantes que apostam no e-commerce como forma de conquistar novos clientes.
No entanto, a estratégia do varejo online não deve ser adotada pela Samsung. O diretor de produtos móveis da Samsung no Brasil explicou que as lojas, operadoras e distribuidoras devem continuar como seus principais parceiros de vendas. “Nós temos distribuidores e parceiros em todo o Brasil, um País de dimensão continental. Temos empresas que entregam smartphones de barco”, afirmou Soboll. “Esse é um tipo de negócio que não dá para ser feito apenas no online”.