O diretor executivo da Abecs, Ricardo Vieira, disse que o PIX não é concorrente do mercado de pagamentos eletrônicos, como os cartões de débito e crédito. Para Vieira, um arranjo de pagamento complementa o outro, de modo que traz mais vantagens à sociedade.
“O PIX veio para ajudar e complementar o mercado. Nós (Abecs) acreditamos que ele trará algum impacto – positivo – de transações de débito. O PIX é importante, ele vem somar no portfólio de meios de pagamento para a sociedade”, disse o executivo, em coletiva online com a imprensa nesta quarta-feira, 19. “Mas ele (PIX) é uma transação de pessoa para pessoa (P2P). O cartão ainda é mais fácil de transacionar. Ele tem vantagens na aproximação por exemplo. Mas a gente entende que são soluções concomitantes que vão auxiliar os portadores”, completou.
Outro tema debatido na transmissão foi a entrada do WhatsApp Pay no Brasil. O diretor da associação disse, de forma abrangente, que estão abertos a quaisquer empresas que desejam atuar no País, desde que aceitem as regras de ampla competição do mercado.
“Acreditamos no livre mercado, regras simétricas, interoperabilidade e modelos abertos. Ou seja, sobre um regime de regras iguais e liberdade de participação, nós acreditamos que toda competição é bem-vinda”, afirmou. “O Brasil é um dos países com mais liberdade de competição no setor. Nos últimos anos, saímos de dois para 20 credenciadores e mais de 300 subadquirentes, por exemplo”.
Novidades
Vieira também compartilhou informações de novos projetos da agenda da Abecs. A associação espera, a partir de 14 de setembro, ter “a maioria dos emissores e provedores de equipamentos” adaptados aos novos valores do pagamento contactless. Lembrando que a Abecs subiu de R$ 50 para R$ 100 a transação por aproximação sem senha no primeiro trimestre.
A associação pretende lançar até o final do ano, um produto que permitirá ao portador de cartão fazer saques no varejo de valores pequenos, de R$ 20 a R$ 200. Segundo Vieira, o intuito é ajudar os estabelecimentos a ter alívio de “numerário, dar remuneração do serviço e ampliar a capacidade de saque” para os portadores de cartão. Batizado temporariamente de ‘Compre & Saque’, a ideia da Abecs é padronizar o produto, uma demanda que veio do Banco Central, embora Vieira reconheça que existam soluções no mercado, como TecBan e Brinks.
“O Compre & Saque não é novidade, ele já existe em vários países. Inclusive ele já existiu no Brasil no ano passado. Hoje, estamos trabalhando para padronizá-lo. É um produto que está pronto, mas vai para a diretoria da Abecs e depois para aprovação do BC. Ele terá uma remuneração (reversa) para o comerciante e credenciadora por parte do banco”, explicou o executivo.