A maioria dos serviços on-line de contratação de motoboys lançados no Brasil nasceram em São Paulo e restringem sua operação à capital paulista. Agora o Rio de Janeiro ganhou uma opção nesse segmento, o EasyDeliver, que já conta com mais de 1 mil motofretistas cadastrados que vêm realizando algumas centenas de entregas por dia. Sua meta é alcançar 2 milhões de entregas acumuladas ao longo dos primeiros 24 meses de atuação.
Por trás do projeto está o empreendedor alemão Patrick Wegener. Antes de fundar a EasyDeliver ele foi responsável pela parte de logística de uma start-up de leilão virtual e sentiu na pele a dificuldade de realizar entregas no Rio de Janeiro. "O Patrick percebeu ali uma oportunidade de negócio", comenta o também sócio e diretor de marketing da EasyDeliver, Sydney Menezes.
A plataforma da EasyDeliver funciona como uma ponte entre o cliente e o motoboy mais próximo. O cliente contrata o serviço através da web, informando um roteiro com até cinco pontos de coleta e entrega e se há necessidade ou não de retorno. Dentro de algumas semanas serão lançados os apps em Android e iOS que permitirão que o pedido seja feito diretamente pelo smartphone. A plataforma então envia a solicitação para o motoboy cadastrado mais próximo do ponto de coleta. Os motociclistas recebem os pedidos em smartphones Android, através de um app feito especificamente para eles. Se o primeiro recusar ou demorar a responder, a solicitação é enviada para o seguinte, de acordo com a distância. Pelo app, o motoboy vai informando cada passo realizado dentro do roteiro definido pelo cliente, inclusive enviando fotos da coleta e da entrega das encomendas, assim como a assinatura de quem recebe. O contratante recebe as fotos e o recibo por email. O serviço inclui um sistema de avaliação do motoboy pelo cliente e vice-versa. "Se o cliente faz o motoboy esperar, pode levar uma nota baixa. Somos rígidos tanto com motoboy quanto com o cliente", diz Menezes.
O preço do serviço é calculado pela plataforma da EasyDeliver levando em conta a distância percorrida e os preços praticados no mercado. A empresa cobra do motoboy 10% do valor do serviço. Se o pagamento for em dinheiro, o motoboy recebe e depois repassa a parte da EasyDeliver via boleto bancário. Se for por cartão de crédito, o caminho é inverso: a EasyDeliver recebe pelo site e depois repassa em até dois dias para o motoboy a parte deste.
Os motofretistas não são seus funcionários, mas trabalhadores autônomos que se cadastram para usar a plataforma. A empresa segue um rígido controle de cadastramento: o motoboy precisa se apresentar pessoalmente no escritório da EasyDeliver levando carteira de motorista e outros documentos. A empresa tira foto de cada profissional e verifica sua ficha criminal antes de aceitá-lo como parceiro.
Depois do Rio de Janeiro, a empresa pretende ir para outras cidades, como São Paulo e Belo Horizonte. Além disso, não descarta adotar outros meios de transporte além das motocicletas. "Nosso objetivo é fazer a entrega cada vez mais rápida. Hoje é com motoboy, amanhã pode ser um drone", diz o diretor de marketing. E acrescenta: "O serviço de entregas por motoboys não precisa se limitar apenas a peças e documentos. Pode ser estendido para compras on-line também. Seria bacana se tudo que comprássemos na Internet fosse entregue no mesmo dia."