O metaverso não é só hype. Ele existe e está sendo implementado com força nas diferentes indústrias do Brasil e exterior. É o que aponta a pesquisa realizada por Nokia e EY e divulgada nesta terça-feira, 19. De acordo com 44% dos líderes de diferentes indústrias ouvidos, o metaverso é o próximo passo da digitalização.
Para isso, mais da metade dos entrevistados afirmaram estar em fase de implantação ou testes com a solução. 58% já têm ao menos um caso de uso implantados ou em testes; 42% não possuem casos de uso até o momento mas, dessa fatia, 94% planejam usar o metaverso ou tecnologias semelhantes nos próximos dois anos.
Brasil
Fazendo um recorte nacional, 63% dos respondentes brasileiros informaram ter casos de uso ou testes com metaverso, o que representa 20 casos de uso, no momento, no País. Vale lembrar que a média do estudo ficou em 58% e o Brasil perdeu apenas dos Estados Unidos.
“Do ponto de vista de adoção, o Brasil é um dos destaques do estudo, sendo comparado com países mais desenvolvidos. Ou seja, temos a necessidade de fazer uma aceleração da reindustrialização do País e, aqui, a gente vê o metaverso industrial como uma grande ferramenta para o aumento de produtividade e melhoria dos custos das empresas”, contou Wilson Cardoso, diretor de tecnologia para a América Latina da Nokia.
Casos de uso e benefícios
Entre os principais casos de uso, 49% das empresas implementaram virtual R&D, Virtual Facility Optimization (42%); RX Hands-on Training (44%) e Visualized Predictive Maintenance (44%).
As indústrias estão usando o metaverso e descobrindo que existem benefícios reais para a implantação das tecnologias. Entre os benefícios atuais reportados pelas empresas, 39% disseram que houve redução no Capex; 51%. Neste caso, a expectativa da pesquisa era de que 24% comentariam sobre essa queda, ou seja, uma diferença de 15 pontos percentuais positiva entre expectativa e realidade.
Houve também uma percepção de melhor sustentabilidade (sustainability, no inglês) para 51% dos entrevistados; melhora na segurança (46%); serviços aprimorados/CX (44%); redução do Opex (29%) e uma melhora no time to market (35%).
Em todos os benefícios, houve aumento entre expectativa e realidade. Em Opex, por exemplo, a diferença foi de 6 p.p.
“A pesquisa tem como objetivo entender um pouco como as redes que desenhamos e projetamos para os nossos clientes devem ser no futuro e ver quais são as necessidades dos clientes”, explicou Cardoso. “Sabemos que o 5G serve para ajudar na conectividade das máquinas, das coisas. E, agora, vemos que o metaverso industrial aparecendo nas empresas, principalmente naquelas que buscam um aumento de produtividade de forma contínua e sustentável, para que a gente tenha controle da produção e, com isso, melhorar a produtividade”, resumiu o executivo.
Habilitadores
Para 72% dos líderes ouvidos pela pesquisa, entre os principais habilitadores para a implementação do metaverso está a computação de nuvem. Inteligência artificial/aprendizado de máquina também é um habilitador importante (70%), assim como redes privativas 5G/6G (70%), rede de fibra (68%) e sensores inteligentes (68%).
Falta de experiência
Entre os principais desafios para as empresas está a falta de experiência em implementar tais tecnologias (45%), seguido por dificuldades técnicas (37%); e custo alto (31%).
Apesar da importância reconhecida da ferramenta poderosa que pode ser o metaverso, 59% das empresas que implementaram casos de uso da solução enfrentaram desafios em sua implementação.
Metodologia
O estudo de Nokia e EY sobre o metaverso nas empresas e indústrias foi realizado entre março e abril deste ano com 860 líderes globais dos seguintes países: Alemanha, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Inglaterra e Brasil. Foram selecionadas empresas nas seguintes áreas: automotiva; manufatureira; de transporte e logística; do setor energético e de serviços de utilidade pública (utilities).