PicPay; open banking; MobiFinance

O conhecimento sobre open banking chegará na prática para a população brasileira quando aparecerem as ofertas personalizadas. Ou, segundo Thiago Alvarez, diretor de open banking do PicPay, e criador do Guiabolso, a educação chega com os casos de uso. “E vou além: por tudo que já vi no mercado, desde 2012, quanto mais você tenta explicar, pior fica. Você cria mais fricção”, disse o executivo durante sua participação no MobiFinance, seminário promovido por Mobile Time nesta terça-feira, 19. Durante o debate, foi discutido o quanto o brasileiro médio já conhece ou ouviu falar em sistema financeiro aberto.

Diferente do que pensa Alvarez, a comunicação no Banco do Brasil se intensificou ainda em fevereiro, quando o assunto open banking começou a ficar mais presente. O objetivo era fazer com que os clientes do banco ficassem familiarizados com o nome e reforçar a ideia de que se trata de opções de serviços financeiros confiáveis e seguros. “As pessoas não precisam entender detalhes do open banking, mas têm que ter a sensação de segurança. Segurança não é estado, é uma sensação. E elas precisam sentir que o compartilhamento dos dados ali é seguro. Por isso, é importante falar com o cliente sobre o assunto. Até porque sabemos que ele será abordado por várias instituições”, contou Karen Machado, gerente de open banking do Banco do Brasil.

MobiFinance; open banking; Banco do Brasil

Machado complementou que não somente os canais tradicionais de comunicação já falam sobre open banking como os bots e a equipe de vendas também. Inclusive, mais de 35 mil pessoas do setor de vendas fizeram um curso sobre open banking para saber informar, dar segurança e transparência sobre o tema.

Ivo Mósca, superintendente de open finance e pagamentos instantâneos do Itaú Unibanco, também compartilha a mesma opinião de Machado, do BB, de que a sensação de segurança do cliente é essencial. Para isso, o Itaú valoriza a comunicação clara e objetiva, sem exagerar nos detalhes, como teme Alvarez, do PicPay. “No momento, oferecemos pequenas pílulas (de conhecimento) para o cliente começar a entender os benefícios do open banking. Estamos aguardando o momento mais adequado para fazer a comunicação mais assertiva”, disse.

Mósca ressaltou que a transparência é o foco do Itaú quando se trata de comunicar sobre o open banking a seus clientes, sempre explicando para quê os dados serão compartilhados e como.

“A comunicação preza pela transparência de modo que ele entenda qual dado está compartilhando e qual o benefício”. Mósca lembrou que o Pix já foi usado 90 milhões de pessoas e que trouxe digitalização para 40 milhões de usuários de bancos. E o open banking será uma nova onda de benefícios. “Precisamos aprender a trabalhar com esse grande volume de dados”, disse o executivo do Itaú.

MobiFinance; open banking; Itaú Unibanco

Wagner Martin, diretor de desenvolvimento de negócios da Veritran Brasil tinha a resposta na ponta da língua: o brasileiro ainda não sabe muito bem o que é o open banking e ainda existe um receio no quesito segurança. Para o executivo, o sistema aberto financeiro só será entendido quando chegarem propostas de produtos e serviços que façam sentido para aquela pessoa. “O brasileiro tem receio de compartilhar dados e entender para que será utilizado. Acredito que as pessoas só vão entender o open banking quando chegarem ofertas que sejam interessantes para elas, tendo uma experiência de cliente com o mínimo de fricção possível. E também quando perceberem que o open banking estará presente em outras aplicações, como em aplicativos de transporte e de comida”, resume o executivo.

MobiFinance; open banking; Veritran

Roberto Carvalho, vice-presidente para Brasil e América do Sul da Dynatrace, fez observações sobre o “conhecimento disperso” de open banking dentro das próprias instituições financeiras. O executivo observou dois tipos de bancos: aquele obcecado com a jornada do cliente, capaz de monitorar cada clique no aplicativo e com propriedade para falar sobre esse usuário; ou aquela instituição ainda baseada em amostragem. “O open banking oferece serviços num outro patamar. E quem conseguir oferecer vai captar e reter clientes. Não consigo imaginar a estratégia de open banking vendo a experiência do cliente só por amostragem porque vou perder oportunidades, como, por exemplo, automatizar o CRM e criar uma visão única do cliente”, explicou.

Carvalho reforça que enxerga esse “conhecimento disperso” em todas as áreas de TI, inclusive operações, desenvolvimento e arquitetura, e que sem inteligência artificial adotada de maneira ampla em todos os segmentos de TI, os bancos terão problemas.

MobiFinance; open banking; Dynatrace

 

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