Os players do mercado de streaming que atuam em modelo B2B estão apostando suas fichas em canais Fast (Free Ad-Supported Television, no original em inglês) – canais de vídeo sob demanda com conteúdo dedicado e suportados por publicidade que funcionam tanto em TVs como dispositivos móveis. É o caso do SoPlay (Android, iOS) e da Watch Brasil, que pretendem estreitar o relacionamento com os pequenos provedores.
Atuando no mercado há 15 meses, Sergio Mancera, CEO da NxTV/SoPlay, explicou que atualmente tem 40 canais Fast em sua plataforma, que é gratuita. O ganho vem da publicidade que é tracionada pela base de usuários. A ideia é aumentar essa base com a ajuda dos ISPs que colocam o app em seu portfólio e em contrapartida ganham uma fatia da receita publicitária.
“Como os ISPs são pequenos, eles conseguem falar com o seu público. É isso que temos em beta. O tempo que eles acessam chega a ser três vezes mais que o usuário B2C que entra aleatoriamente. E o melhor vendedor é o instalador que explica o uso ao cliente”, completou Mancera, durante o Streaming Academy, evento organizado pela Associação Brasileira de Over-the-Top (Abotts) nesta terça-feira, 19.
Por sua vez, André Santi, CMO da Watch Brasil, explicou que sua companhia está preparando um “beta forte” com canais Fast em 12 parceiros, mas ainda precisa definir o modelo de negócios. O executivo acredita que existem dois modelos a serem considerados: adicionar os canais como parte de seu portfólio de streamings para os ISPs ou como complemento aos pequenos provedores que estão em sua base.
Atualmente, a Watch Brasil tem 1,5 mil provedores que variam desde os pequenos (menos de 5 mil assinantes) até os grandes (mais de 1 milhão de assinantes). Com quatro anos de atividade, Santi acredita que o crescimento dos próximos anos não será tão exponencial como o começo de sua operação. Por isso a estratégia de retenção com conteúdo e curadoria de qualidade pode ajudar a reter clientes nos ISPs, assim como atrair novos clientes. Isso passa por encontrar novos modelos de negócios, como a oferta de Fast para ISPs, que deve se fortalecer a partir de 2025.
Fast patrocinado
Outro player que também aposta nos canais Fast, mas em um modelo direto entre marcas e consumidores, é o SBT. Leonardo de Pontes, head de produto, operações e inovação em streaming do recém-lançado +SBT (Android, iOS), disse que considera diversas estratégias para monetizar o Fast. Uma delas é a oferta de canal patrocinado que tem como parceiros Unilever, O Boticário e Caixa.
Pontes afirmou ainda que o fato de ter uma estratégia de canais Fast atrelada às marcas, o streaming da emissora precisa entregar uma experiência premium, mesmo sendo gratuito.
Imagem principal: Painel de experiência do usuário no Streaming Academy da Abotts (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)