O ministro da Ciência, Tecnologia, Comunicações e Inovações (MCTIC), Gilberto Kassab, foi alvo de mandados de busca e apreensão executados nesta quarta-feira, 19 pela Polícia Federal em sua casa, em São Paulo. A operação foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que recebeu petição da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para cumprimento de mandados de busca e apreensão. No local, os policiais encontraram R$ 300 mil em espécie.
Segundo Dodge, Kassab teria recebido o total de R$ 58 milhões, no período em que era vice-prefeito e prefeito de São Paulo, entre 2010 a 2016. Uma parte, no valor de R$ 30 milhões, teria ido diretamente para ele, e o restante, para o Diretório Nacional do PSD.
A procuradora-geral da República diz que há investigações sobre o repasse de R$ 28 milhões ao Diretório Nacional do PSD, na época presidido por Kassab. Como contrapartida, a legenda teria apoiado o Partido dos Trabalhadores (PT) na disputa nacional de 2014. As medidas cautelares foram determinadas pelo relator do caso no STF, o ministro Alexandre de Moraes. No pedido enviado ao Supremo, Dodge destaca que são investigados os crimes de corrupção passiva (Artigo 317 do Código Penal) e de falsidade ideológica eleitoral (Artigo 350 do Código Eleitoral).
Raquel Dogde acrescenta que foi feito contrato fictício de prestação de serviços com uma empresa do ramo de transportes que tinha relação comercial com a J&F. Segundo ela, os delatores afirmaram que, entre 2010 e 2016, o ex-prefeito teria recebido R$ 350 mil mensais, em um total de R$ 30 milhões. Em relação ao repasse de R$ 28 milhões ao Diretório Nacional do PSD, a procuradora-geral observa que houve doações oficiais de campanha e outros artifícios, como a quitação de notas fiscais falsas. Também há registro da entrega de dinheiro em espécie. As investigações se sustentam em informações transmitidas durante delações premiadas de executivos da J&F.
Defesa
Em sua defesa, o ministro, que assumirá em janeiro como chefe de gabinete do governo João Dória em São Paulo, disse em nota que “seus atos seguiram a legislação e foram pautados pelo interesse público”. Kassab afirmou que confia na Justiça e que está à disposição para prestar esclarecimentos. “O ministro confia na Justiça brasileira, no Ministério Público e na imprensa, sabe que as pessoas que estão na vida pública estão corretamente sujeitas à especial atenção do Judiciário, reforça que está sempre à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários, ressalta que todos os seus atos seguiram a legislação e foram pautados pelo interesse público”, diz na nota.
(Com informações da Agência Brasil)