A QMC Telecom finaliza 2024 com mais de 100 projetos de implementação de 5G em ambientes fechados (indoor). “A demanda é puxada pelo consumo da rede móvel, uma vez que 80% é indoor. O 5G não conecta bem entre paredes. As operadoras estão entendendo isso e investindo na qualidade da experiência móvel indoor”, exemplifica Murilo Almeida, presidente da empresa no Brasil, em conversa recente com Mobile Time.
O executivo explica que esta demanda ocorre pelo “ritmo acelerado das operadoras” no País para implementar a quinta geração, uma vez que essas companhias são clientes da QMC, que implementa toda a infraestrutura de rede. São projetos focados em grandes densidades de pessoas, como shoppings centers, hotéis, centros comerciais, locais turísticos e aeroportos.
“2024 foi um teste para o nosso trabalho. Para 2025, nós estamos animados com o mercado como um todo. As operadoras começam a ver a penetração e tráfego crescendo. Estamos posicionados em uma demanda fundamental”, completa. Almeida lembra que a companhia também atua em projetos de ambiente externo (outdoor).
5G da QMC na prática
Um desses projetos está na Basílica de Aparecida, cidade a 210 km de São Paulo. Em parceria com uma das três grandes operadoras (o nome não pode ser revelado), a companhia instalou nove postes para fazer a irradiação do sinal e 2,2 mil metros de fibra ótica, em um sistema de antenas distribuídas (DAS).
“Esse projeto possui uma estrutura centralizada de fonte de sinal. Tem um local que concentra os equipamentos de rede e que irradia para as antenas de distribuição. Inicialmente, o ponto central está no Centro dos Romeiros (local que recepciona os visitantes do Santuário)”, explica.
Com essa infraestrutura, a cobertura 5G abrange os 140 mil metros quadrados do complexo. Almeida reforça que o projeto foi feito para ser escalável, ou seja, outras operadoras podem participar da cobertura. Mas a cidade de Aparecida ainda não tem essa demanda.
“O projeto não foi feito com múltiplas ERBs (porque uma é capaz de irradiar para diferentes SLS) Com isso, as operadoras podem colocar menos equipamentos, economizar energia e contam com monitoramento contínuo da QMC. Por isso não precisa fazer um investimento mais forte na tecnologia”, diz o presidente da operadora, ao explicar que a solução foi desenhada junto à operadora e à Cúria Católica.
Outros projetos com 5G
O presidente da QMC ainda atualizou sobre os outros projetos de quinta geração de redes celulares que atuam no País:
- Com a Multiplan, a companhia tem parceria em 18 dos 20 empreendimentos que a empresa tem no Brasil. Desses, dez projetos estão implementados ou em fase de implementação e oito em negociação;
- A implementação na região da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, zona sul de São Paulo, conta com 26 pontos de conectividade estratégicos no formato de Street Level Solutions (SLS), as soluções de baixa altura que são incorporadas ao mobiliário urbano, mas sem trazer poluição visual;
- Luminárias conectadas em Belo Horizonte, Almeida explicou que é um projeto de décadas para atender uma necessidade exponencial e que estão com projetos em “diversos pontos”.
A companhia também tem projetos de soluções centralizadas que podem trazer redução de custos da ordem de 60% para alguns clientes.
E a QMC tem se especializado em projetos que não interferem em paisagens turísticas, como no centro histórico de Tiradentes/MG e na cidade de Trancoso/BA.
No balneário baiano, a empresa já instalou 20 pontos de irradiação de sinal 5G (antenas SLS camufladas como coqueiros). Agora, a ideia é expandir para outras localidades próximas, como Porto Seguro. Neste caso, Almeida conta que estão em conversas avançadas com as operadoras.
Redes privativas
Sobre um possível avanço da QMC em redes privativas para 2025, o executivo explica que vê dois modelos de negócios:
- A construção de rede privativa para uso exclusivo com um único cliente corporativo;
- A implementação de rede privativa compartilhada com a rede pública.
No primeiro modelo, Almeida diz que seu time ainda avalia se devem avançar ou não. Para o segundo modelo, o cenário está mais claro e avançado, inclusive com conversas com operadoras e empresas.
“Conversamos com todas as verticais, como shopping, hospital, hotel e aeroportos. Existem oportunidades em todas elas. Mas na outra vertente, a corporativa, o debate é diferente”, conclui.
Imagem principal: Murilo Almeida, presidente da QMC Telecom (divulgação)