A compra bilionária do WhatsApp pelo Facebook sacudiu a indústria móvel nesta semana e fez muita gente se perguntar por que Mark Zuckerberg decidiu pagar US$ 42,2 por usuário de um serviço que gera apenas US$ 1 por ano por cliente (e somente depois de 12 meses de teste gratuito). Para os analistas da Ovum, um dos fatores que atraiu o Facebook foi o fato de o WhatsApp ter em seu banco de dados os números telefônicos de todos os seus clientes. A informação do número é essencial para poder acessar o WhatsApp. Essa era uma informação que faltava ao Facebook.
A empresa de Mark Zuckerberg agora possui três aplicações com troca de mensagens instantâneas e fotos: o Facebook Messenger, o WhatsApp e o Instagram (através da funcionalidade Instagram Direct). Para a Ovum, é provável que no futuro haja uma fusão entre os dois primeiros mantendo a marca WhatsApp, que tem mais apelo junto aos consumidores que o Facebook Messenger.
Novas fontes de receita
A analista Pamela Clark-Dickson, da Informa Telecoms & Media, ressalta que o WhatsApp até então vinha concentrando seus esforços em garantir uma boa qualidade de serviço, em vez de desenvolver novas funcionalidades. Isso se devia ao fato de ter uma estrutura pequena, com apenas 50 funcionários, o que tornava inviável dar passos maiores. A partir de agora, como parte do Facebook, o WhatsApp poderá finalmente acrescentar novas funcionalidades, incluindo algumas que gerem receita, como a venda de itens virtuais, tal como fazem seus competidores asiáticos, como Line e WeChat, prevê a analista. A exploração do mercado corporativo também poderia ser um caminho para gerar uma nova receita, destaca Pamela.
A Ovum prevê que o mercado de mensagens móveis over the top (OTT) chegará a um volume de 69 trilhões este ano, atingindo 1,8 bilhão de usuários em dezembro. Já o mercado de mensagens tarifadas pelas operadoras móveis (SMS e MMS) alcançará um pico de 7,7 trilhões de mensagens este ano e cairá para 7,6 trilhões em 2015.