Durante um turno de 12 horas, uma enfermeira é capaz de andar entre seis e oito quilômetros pelo hospital. Com um dispositivo móvel em mãos, suas caminhadas poderiam ser reduzidas drasticamente, e, com isso, ela ficaria mais tempo com os pacientes. Mas o quanto computadores e impressoras portáteis, tablets e scanners, por exemplo, ajudariam esses profissionais? A Zebra, empresa de soluções móveis para diferentes segmentos, encomendou três pesquisas globais para compreender melhor o papel da tecnologia em hospitais de tratamento intensivo. Os estudos se concentraram em gerentes de enfermagem, equipes de TI e pacientes hospitalizados recentemente. O resultado aponta que os dispositivos móveis já são uma realidade, mas estarão totalmente integrados num futuro próximo, em 2022. De acordo com a pesquisa, por exemplo, 100% das enfermeiras usarão algum equipamento móvel ao lado do leito do paciente.
Tudo indica que, até 2020, o uso de dispositivos móveis cresça até 40% para todos os trabalhadores de hospitais. Para reduzir drasticamente erros de identificação do paciente, de medicação, entre outras questões, nascerão aplicativos complexos, monitoramento remoto de pacientes e inteligência artificial. A pesquisa também mostrou que, em 2017, 69% dos médicos usavam dispositivos móveis e que, em 2022, 100% usarão. 73% das enfermeiras de leito usavam algum tipo de dispositivo e, em quatro anos, serão 100%. O mesmo irá acontecer com as enfermeiras de emergência: em 2017, 56% delas usavam, e sua totalidade será alcançada em 2022.
“Tivemos uma demanda grande por parte de hospitais e setores da saúde pelos nossos produtos. Por isso, decidimos fazer uma pesquisa abrangente no Brasil e em outros países, para sabermos como poderíamos ajudar os processos críticos da área, entender o que é importante para os hospitais para sabermos como nos encaixaríamos”, conta o Country Manager do Brasil da Zebra Vanderlei Ferreira.
Ferreira cita como um dos pontos críticos nos hospitais a comunicação entre as equipes. Por isso, equipamentos como computadores portáteis ou tablets serão cada vez mais úteis e garantirão que a informação será passada de forma correta. Para se ter uma ideia, mais de 73% dos gerentes de enfermagem e dos executivos de TI citam a melhoria da comunicação e a colaboração como o principal benefício da mobilidade clínica no atendimento ao paciente.
Em 2022, estima-se que 91% dos enfermeiros tenham acesso a registros médicos eletrônicos (EHR, por suas iniciais em inglês), bancos de dados de medicamentos (92%) e resultados de laboratório (88%) por meio de dispositivos móveis. Com isso, a tendência é reduzir burocracias e aumentar o tempo gasto por esses profissionais com seus pacientes.
Agilidade e redução de custos
A área de saúde busca uma otimização de eficiência, melhores processos para que garantir e implementar serviços com alta qualidade e, ao mesmo tempo, com custos que sejam aceitáveis e factíveis. Para isso, de acordo com a pesquisa, a implementação da mobilidade clínica,que nada mais é do que o uso de dispositivos móveis por médicos, enfermeiras e outros profissionais de saúde, será primordial.
Com uma etiqueta e um leitor portátil, é possível rastrear não somente os pacientes – saber onde estão instalados, os medicamentos que precisam tomar e a que horas, com precisão e sem erros, etc. –, mas é possível também rastrear equipamentos hospitalares e seu mobiliário. Ou seja, se um desfibrilador não está mais em seu lugar, é possível saber onde ele foi parar depois de usado. Com uma simples etiqueta e o uso de um scanner portátil é possível saber se macas, cadeiras de rodas, ou outros materiais estão no lugar certo. “Normalmente, os hospitais começam a usar a tecnologia móvel a partir da identificação dos pacientes. Depois, passam para o acompanhamento dele no leito, com as informações sobre medicação, por exemplo, numa etiqueta para ser lida num scanner de mão, e por aí vai, até melhorar a comunicação entre enfermeiros e médicos. É tudo um processo. Os administradores vão percebendo os benefícios de ter o controle e percebem que vale a pena”, resume Ferreira.
Não à toa que a pesquisa mostra que o impacto da tecnologia móvel será muito positivo. 39% acreditam que haverá redução de custos do atendimento ao cliente. 63% dos hospitais estimam a melhora da qualidade do atendimento ao paciente e 68% das enfermeiras informam a redução nos erros de administração de medicamentos como um aspecto positivo da chegada de equipamentos móveis.
Correções e benefícios
“Entre as melhorias para o paciente, nós entendemos que, com pequenas mudanças e aprimoramentos, conseguimos reduzir custos e ter um atendimento ágil e, até mesmo, evitar erros de uma aplicação de uma medicação ou rotulagem de uma mostra para ser analisada num laboratório. Comunicações mal interpretadas seja da administração, do médico com a enfermagem… tudo isso pode ser melhorado. Há um espaço grande para esse tipo de melhoria”, resume o Country Manager da Zebra.
“Há um enorme ganho quando introduzimos a mobilidade em hospitais. Há benefícios não só em processos, mas ganhos econômicos, de qualidade de informação, de atendimento e até mesmo redução de estresse para o atendimento ao paciente. Todos têm a ganhar. O paciente fica mais tranquilo porque ele sabe que há um controle maior; já entre equipe médica e enfermagem há também uma garantia maior na qualidade de informação, há um acompanhamento mais próximo do paciente”, explica Ferreira.
Metodologia
A Zebra realizou três estudos globais para compreender melhor como a tecnologia pode ser útil em hospitais de terapia intensiva. As pesquisas, feitas em 2017 juntamente com os parceiros Research Now e Lucid, ouviram enfermeiros-chefe, tomadores de decisão de TI e pacientes recentemente hospitalizados. Foram entrevistados mais de 1.532 entrevistados nos Estados Unidos, Brasil, China, Reino Unido, Arábia Saudita, Kuwait, Qatar e Emirados Árabes Unidos.