A Samsung apresentou o seu primeiro smartphone dobrável, o Galaxy Fold. Fechado, ele tem uma tela de 4,6 polegadas. Quando aberto, se transforma em um tablet de 7,3 polegadas. Dentro dele há um mecanismo de dobradiças para permitir o movimento. A fabricante sul-coreana acredita estar criando uma nova categoria de smartphones. O produto será lançado dia 26 de abril pelo preço inicial de US$ 1.980, com versões 4G e 5G.
“Algumas pessoas disseram que o mercado de smartphones estava saturado, que a era de inovação havia acabado. Nós provamos que estavam errados”, disse o presidente da Samsung, DJ Koh, durante a apresentação do novo produto.
Para o Galaxy Fold, foi desenvolvido uma solução batizada de “app continuity”, que expande a tela do app quando o smartphone é aberto. Se, por exemplo, o usuário estiver usando o Google Maps, ao desdobrar o aparelho verá o mapa expandido para a tela grande, aparecendo uma área maior da cidade.
Outra solução criada especialmente para o Fold é a possibilidade de manusear três apps simultaneamente, em três janelas separadas quando o aparelho está desdobrado. São duas janelas pequenas e uma grande. É possível remanejar os apps entre as três posições, WhatsApp, Youtube e alguns aplicativos da Microsoft já estão adaptados para isso.
O aparelho conta com seis câmeras: três traseiras, duas frontais (quando aberto) e uma outra frontal (quando fechado). Na parte de trás há uma teleobjetiva com 12 MP; uma grande angular de 16 MP e uma ultra grande angular de 12 MP. As duas frontais têm 10 MP e 8 MP. A sexta câmera, disponível na frente do aparelho quando fechado, tem 10 MP.
O Galaxy Fold tem processador octacore de 64 bits e 7 nanômetros; 12 GB de RAM e 512 GB de memória interna. Além disso, vem com duas baterias, uma de cada lado, somando 4.380 mAh. O aparelho suporta recarga sem fio nos padrões WPC e PMA. O sistema operacional é o Android Pie (9.0).
Análise
Na história dos smartphones, já houve muitas tentativas de criação de novas categorias. Nem todas deram certo. A Nokia, quando liderava o mercado, em meados da década passada, lançou o N90, cuja tela dobrava feito um “transformer” e deixava o aparelho em um formato que lembrava uma câmera de vídeo. Foi uma categoria de um único modelo. Nunca mais se fez nada parecido, provavelmente porque as vendas ficaram abaixo do esperado.
Mas a Samsung não é a única fabricante a anunciar um modelo com tela dobrável. Marcas chinesas como Xiaomi e Huawei também estão trabalhando em produtos com essa característica. É cedo para arriscar se essa categoria vai se firmar no mercado. Embora pareça interessante ser um tablet e um smartphone ao mesmo tempo, o aparelho parece um pouco grande. Outra barreira será o preço. Por US$ 1.980 ele será um dos smartphones mais caros do mundo. Se vier para o Brasil, considerando os impostos de importação e outros custos, pode ficar acima de R$ 15 mil.