Com velocidade média de download de 18,6 Mbps ao longo de 2018, o 4G brasileiro consegue atingir 28,6 Mbps em momentos de pouco congestionamento de rede, mas cai para médias de 16,4 Mbps às 20h, quando o número de usuários simultâneos atinge seu pico. Dessa forma, a performance das redes de quarta geração brasileiras na “melhor hora do dia” foi 1,7 vez melhor que a registrada durante a pior. As informações fazem parte de novo relatório da OpenSignal que analisou a consistência do serviço móvel em LTE em 77 países.
O resultado brasileiro garantiu uma posição razoável em ranking liderado por República Tcheca (onde o nível de serviço só varia 1,2 vez), Grécia, Cingapura e Canadá (flutuação de 1,3). Regionalmente, a consistência da rede brasileira ficou atrás da vista na Costa Rica (1,5) e no Equador (1,6), empatando em 1,7 com o 4G do México (nos EUA, a razão é de 1,9). Para a OpenSignal, foi positivo o fato da velocidade de 16,4 Mbps “na hora mais congestionada do dia não estar muito longe da média” diária brasileira de 18,6 Mbps.
Na América Latina, o país com rede 4G mais inconstante é o Chile: a velocidade de download de 32,7 Mbps nas horas calmas foi 3,6 vezes maior que o desempenho de apenas 9,1 Mbps registrado às 22h. No Uruguai, a diferença foi de 2,8 vezes (de 35,1 Mbps para 12,7 Mbps às 23h). Em 2018, Argélia e Camboja contaram com as redes mais inconstantes do mundo (flutuação de 6,9 vezes), seguidas por Belarus (5) e Índia (3,9).
“Ao longo do dia, 42% dos países experimentaram variação de velocidade de duas vezes ou mais. As redes 4G atuais estão com desempenho longe da consistência”, afirmou o relatório da OpenSignal – que acompanhou mais de 94 milhões de dispositivos durante janeiro e dezembro do ano passado. “Essa queda indica a pressão de milhões de usuários simultâneos com os quais as operadoras devem lidar. As inconsistências massivas nas velocidades ao longo de um dia podem impor severas restrições ao tipo de aplicações e serviços que os consumidores podem acessar”.
A expectativa é que as futuras redes 5G tenham “capacidade de mitigar o ciclo diário de congestionamento visto nas redes 4G”. “O mundo precisa de novas redes 5G para oferecer maior capacidade e velocidades mais consistentes para sustentar novas aplicações como carros autônomos e realidade aumentada”, afirmou a OpenSignal.
Vizinhos
Entre os vizinhos latino-americanos, o resultado médio de 18,6 Mbps do 4G brasileiro em 2018 foi superado por Equador (23,1 Mbps) e México (20,1 Mbps), mas ficou na frente do Uruguai (18,4 Mbps), Colômbia (16,6 Mbps) e Chile (14,7 Mbps). Ainda que também tenha batido a média das redes 4G norte-americanas (18,1 Mbps), a performance nacional ficou bem aquém dos líderes Coreia do Sul (47,1 Mbps médios ao longo do dia) e Cingapura (45,4 Mbps). Nos dois países asiáticos, uma experiência de download de mais de 40 Mbps foi garantida em 2018 mesmo nos horários mais congestionados da rede, o que resulta em uma pequena variação frente os picos de performance de 55,7 Mbps e 54,7 Mbps, respectivamente. Na Europa, Holanda e Noruega também ultrapassam os 50 Mbps no melhor momento do dia, não ficando muito distantes dos 40 Mbps no pior.
Apesar das grandes flutuações ao longo do dia, Uruguai e Chile são os latino-americanos capazes de atingir maiores velocidades de download com o 4G no horário mais calmo para a rede (35,1 Mbps e 32,7 Mbps). Com 28,6 Mbps, o Brasil fica na frente de México (28,3 Mbps), Colômbia (26,9 Mbps) e Argentina (23 Mbps). Nos EUA, o resultado do 4G no melhor momento não é muito diferente: 28,8 Mbps.
Já os horários de maior congestionamento diferem entre localidades. “A maioria dos países experimenta as velocidades mais baixas à noite, entre 21h e 23h. Em Cingapura e na Noruega, a velocidade diminuiu muito antes: às 18h. No Reino Unido e na Holanda, os períodos de pico são ainda mais cedo – às 17h e às 16h -, sobrepondo o dia de trabalho”, explica o relatório. Regionalmente, só Equador (20,4 Mbps na pior hora) e México (16,7 Mbps) superam a velocidade de download do 4G brasileiro quando a rede está lotada (16,4 Mbps). No todo, um dos piores resultados ficou com a Índia, onde o serviço despenca para 3,9 Mbps por conta do congestionamento gerado por recentes políticas de precificação agressivas em dados móveis.
Brasília
Ao comparar a performance em algumas capitais, a OpenSignal constatou que o serviço na capital do País supera o resultado nacional: em Brasília, a velocidade de download do 4G bate 34,7 Mbps no momento mais calmo do dia e 19,3 Mbps no mais congestionado, com média de 21,3 Mbps. Já as redes de Seul e Sidney podem alcançar 59,1 Mbps e 56,2 Mbps, nesta ordem.