A Unifique projeta que, em 2030, a vertical móvel vai disputar em receita com a rede fixa. Em 2024, a empresa encerrou com faturamento de móvel em R$ 10 milhões. A projeção para este ano está entre R$ 60 e R$ 70 milhões e, para 2026, entre R$ 150 e R$ 200 milhões. As estimativas foram compartilhadas por Fabiano Busnardo, fundador e diretor-presidente da operadora catarinense, durante apresentação do balanço financeiro da empresa, nesta quinta-feira, 20.

Para isso, a operadora vai continuar investindo na rede 5G e expandindo nos estados onde opera: Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Se, ano passado, a Unifique encerrou o ano em 11 cidades (nove em SC e duas no RS), somente entre janeiro e fevereiro deste ano, a empresa avançou para mais 27, totalizando 38. E, para 2025, a projeção é encerrar em mais de 100 localidades.

Unifique com pré-pago

Entre maio e junho a operadora deverá lançar sua oferta de pré-pago. Para o executivo, esta é uma operação inevitável, apesar de não ser prioridade para a empresa.

“Não é prioridade, mas o mercado é soberano, parte dele é pré-pago e a Unifique quer e vai estar também neste segmento No final do dia existe esta fatia e temos toda a estrutura. Por que não vamos explorar esse segmento também?”

As dificuldades em projetar a rede do zero

No entanto, apesar da expansão, Busnardo lembrou que a empreitada da rede móvel de quinta geração está sendo construída do zero, que ela está apenas começando e que há muitos desafios, entre eles, a atualização dos dispositivos móveis.

“Estamos colocando uma tecnologia nova e o grande desafio que temos é a atualização dos aparelhos celulares que estão na mão dos nossos clientes. Hoje, apesar de vendermos bem, temos uma barreira de venda. Às vezes chega um cliente em nossas lojas, mas com um aparelho desatualizado e não conseguimos atendê-lo em sua plenitude. Mas temos que entender que as pessoas vão atualizando aos poucos, a cada Natal. Por isso, estamos calibrando este investimento (na rede); não adianta nos precipitarmos”, explicou o executivo.

Entre as dificuldades de se montar uma rede do zero está a expansão de estações rádio-base em cidades de maior demanda. De acordo com o diretor-presidente, para instalar novas ERBs é preciso desligar todas aquelas que estão em operação “porque senão vai dar uma confusão danada na cidade em roaming e infraestrutura própria. Acaba que na cidade maior tem um delay (de expansão da rede), mas quando entramos, tem uma população maior considerável”, contrapõe.

E, por conta desses desafios, a Unifique precisa buscar o reconhecimento da qualidade da tecnologia e dos seus serviços.

“Estamos calibrando. Hoje, perdemos um pouco de margem consolidada por conta do móvel, mas é o sacrifício que temos que fazer para começar e estamos trabalhando para não degradar, já que temos uma margem boa. E, à medida que o faturamento da móvel melhora, daqui a pouco a rede 5G vai ajudar a construir essa nova companhia fixa-móvel a qual estamos nos dedicando”, resumiu.

Outro ponto apresentado pelo executivo é que o 5G ainda não é uma rede essencial. Atualmente, aplicações móveis funcionam perfeitamente no 4G. Mas Busnardo aposta que, assim como aconteceu com a fibra na rede fixa, a rede de quinta geração se tornará indispensável.

“Hoje, você não precisa do 5G. Não tem uma aplicação no celular que precise do 5G. Mas amanhã isso será diferente. 2027-28 está logo aí. E quem tiver uma rede 5G que nasceu projetada para este futuro terá uma vantagem. Esta é a nossa vantagem. Estamos construindo uma rede móvel em uma página em branco. Isso nos impõe desafios, mas nos dá uma condição de construir um negócio tecnologicamente imbatível”.

“Temos uma rede nova. Então, o aparelho mais velho não consegue usar a nossa rede. Agora é um prejuízo. Mas em 2028 essa situação será diferente. E, neste momento, o 5G vai fazer a diferença”, completou.

“Eu vou para São Paulo e no meio da tarde acaba a bateria do celular. Porque entra no 5G, 4G, 3G, é uma confusão dos diabos. Desafio quem for a uma cidade da Unifique porque vai funcionar em todo o lugar o 5G. Isso vai fazer a diferença (mais para frente). Fez a diferença na fibra (a rede da Unifique começou com fibra e não tem cobre) e fará a diferença no móvel”, concluiu.

 

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