As empresas de semicondutores Intel, Qualcomm, Xilinx e Broadcom congelaram seus contratos com a Huawei até novo aviso, deixando de fornecer suprimentos de tecnologia à fabricante chinesa. A notícia foi dada em primeira mão pela Bloomberg. Logo em seguida, a Nikkei também informou que a fabricante alemã de chips Infineon Technologies interrompeu as vendas para a Huawei, assim como a fabricante de chips de memória Micron Technology e a Western Digital. A reação dos fornecedores aconteceu na manhã desta segunda-feira, 20, depois que o governo Trump declarou estado de emergência nacional e adicionou o gigante de equipamentos e smartphones de telecomunicações a uma lista negra de comércio na semana passada. Ainda nesta segunda, mais cedo, o Google informou que rescindiu da licença do Android da Huawei, impedindo seu acesso ao Google Play Services e à Play Store, forçando a empresa chinesa a desenvolver sua própria versão do OS via Android Open Source Project (AOSP).

Tom Warren, editor sênior do site The Verge, escreveu em um tweet que a suspensão significa que nenhum novo chip será fornecido à Huawei até que a guerra comercial EUA-China seja resolvida: “Difícil imaginar como a Huawei pode continuar a funcionar globalmente se isso se transformar em uma nova guerra fria”.

A Intel fornece à Huawei chips para servidores e processadores para sua linha de laptops, enquanto a Qualcomm figura com menos destaque no fornecimento de modems e processadores. A suspensão de fornecimento pela Qualcomm não causa um impacto muito significativo na chinesa, pois ela própria constrói seus processadores e modems de dispositivos móveis.

Outra reportagem da Bloomberg sugere que a Huawei já tinha se preparado para uma eventualidade como essa, estocando chips de fornecedores dos EUA para durar pelo menos três meses, o que deve ser tempo suficiente para dizer se a medida atual do governo dos EUA é uma tática temporária ou uma imposição permanente.

Além de impactar os negócios da Huawei, a lista negra tem ramificações para provedores de telecomunicações que estão se preparando para lançar redes 5G. Na China, as três grandes empresas de telecomunicações (China Mobile, China Unicom e China Telecom), que dependem da Huawei, podem ser forçadas a adiar o lançamento do 5G. Enquanto isso, as teles norte-americanas, especialmente as menores, podem ter que gastar milhões de dólares substituindo os equipamentos da Huawei já instalados ou procurando por novos fornecedores.

Europa

A suspensão de fornecimento da Infineon pode sugerir que a Europa seja a próxima região a bloquear a Huawei e deixar de fornecer à empresa chinesa. Porém, a companhia alemã, no momento, suspendeu o embarque, mas vai realizar reuniões esta semana para discutir a situação. Em um comunicado, a Infineon disse que “a maioria dos produtos que a Infineon entrega à Huawei não está sujeita às restrições da lei de controle de exportação dos EUA, portanto essas remessas continuarão.” Nikkei também informou que a fabricante de chips ST Microelectronics está discutindo seus embarques continuados para a Huawei.

 

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