Se existe um universo que atrai olhares e criatividade com mais acessibilidade e sem barreiras entre as idades são os quadrinhos. Através deles é possível levar mentes a qualquer lugar e em qualquer tempo, das crianças que começam a ler dos infantis da Disney e Turma da Mônica aos mais velhos que buscam estórias mais densas, como as HQs de Salvador Sanz.
Contudo, a migração do formato em papel para as telas de dispositivos móveis não tem sido fácil. A experiência para o usuário de graphic novels e HQs não tem sido a mesma que os livros começam a fazer em gadgets com tela e-ink.
Google e Amazon são duas empresas que tentam apostar na experiência dos quadrinhos para as telas de tablets e smartphones – com o Google Play Livros e com o Comixology – mas avançam pouco neste sentido. Seu portfólio fica muito centrado em publicações do exterior e em alguns casos não tem edições em português.
Para os usuários brasileiros que gostam do gênero, uma das soluções é o Social Comics (Android e iOS). Escrevi sobre o aplicativo no começo de março, quando a plataforma recebeu aporte financeiro de R$ 2 milhões do Grupo Omelete. O app possui um vasto catálogo com mais de 2 mil quadrinhos – nacionais em sua maioria – e ainda se destaca por dar espaço às publicações independentes de novos artistas e roteiristas.
Sua navegação para leitura é simples e leve. Pode ser feita tanto em tablet como smartphone com formato paisagem ou vertical. Nas opções de comando estão os botões de menu de zoom in, zoom out, virada de página para frente e para trás, escolha por páginas e informação da publicação. O Social Comics ainda possui um mecanismo social parecido com as lojas de apps, ao permitir que o usuário faça avaliações e compartilhe com amigos seus gostos.
Ao assinar o serviço por R$ 19,90 mensais, o consumidor tem acesso total ao catálogo e ainda pode baixar dez quadrinhos para ler offline. Dentre as editoras que estão dentro do aplicativo destacam-se Alto Astral, JBC, Dark Horse, Mythos, Abril, Draco e Instituto dos Quadrinhos.
Em suma, o aplicativo é bom e ajuda a construir essa ponte entre os quadrinhos de papel e as telas de tablets e smartphones, alcançando novas gerações e pessoas que buscam por mais conteúdos de entretenimento e diversificação em seu dia a dia.
Contudo, ainda precisa de algumas melhorias: o formato de busca é restrito à tela na vertical; faltam mais títulos conhecidos do grande público, como os quadrinhos da Marvel e DC Comics; e falta integração entre dispositivos, como começar uma leitura no tablet e terminá-la no smartphone; e falta um espaço para comentários tanto do leitor, como do quadrinhista.