O aluguel de carros através de celular sofreu menos com a pandemia do novo coronavírus que a média das locadoras tradicionais. E a razão é simples: para se prevenir do contágio, os clientes que precisam alugar um carro nesse período de quarentena estão preferindo uma solução que não requeira a interação com nenhuma pessoa frente a frente. É o que propõe a Turbi, uma startup que oferece aluguel de veículos em São Paulo através de um app no smartphone: os veículos estão parados em estacionamentos espalhados pela cidade, o cliente escolhe pelo app um que esteja perto de si e consegue abri-lo também pelo smartphone. Ou seja, é um processo que dispensa qualquer interação com um atendente humano.

Na primeira semana da pandemia, a receita da Turbi caiu 60%. De lá para cá, contudo, vem subindo gradativamente. Neste momento está cerca de 20% abaixo do período pré-pandemia, mas seu fundador e CEO, Diego Lira, espera igualar já nas próximas semanas e dobrar até o fim do ano.

“Em número de viagens estamos igual ao período pré-coronavírus, mas as viagens agora são mais curtas, porque as pessoas estão alugando carro para resolver problemas do dia a dia, como ir na farmácia ou no supermercado. É uma solução mais segura de mobilidade. Tem empresa procurando a gente porque não quer que o funcionário pegue transporte público. Também estamos herdando clientes do Uber, porque ninguém sabe quem andou ali antes”, compara Lira, em conversa com Mobile Time.

Outro sinal positivo é que a frota da Turbi cresceu durante a pandemia. A startup trabalhava com 600 carros quando a OMS declarou pandemia mundial e agora está com 800, ou seja, aumentou sua frota em 33%.

Expansão postergada

A pandemia chegou bem na hora em que a startup preparava sua expansão para outras cidades e almejava crescer dez vezes este ano. Estava planejado um aumento muito maior da frota. O projeto de entrada em outras cidades foi suspenso imediatamente, relembra o executivo.

“Fizemos um plano de guerra no dia 13 de março. Naquele momento estava com time contratado em outras cidades para expandir a operação, mas tive que cancelar tudo. Além disso, tínhamos mais de 2 mil carros contratados para chegar para a nossa frota e cancelamos também”, relembra. “Naquela data, entramos no modo sobrevivência. Ligamos para os nossos fornecedores e explicamos que iríamos trabalhar com um cenário de receita zero para os próximos meses. Assim, conseguimos alongar todos os contratos, o que deu um fôlego bom para a empresa”, conta.

Com a expansão postergada, a Turbi aproveitou o tempo para desenvolver outros projetos. Construiu um ERP proprietário, o que trouxe mais eficiência para a sua gestão financeira. E desenvolveu um hardware próprio para o monitoramento dos veículos, gerando uma economia de 97% por ano em relação à solução de terceiros que usava até então.

Futuro

Agora, pouco a pouco, a Turbi retoma seus planos pré-pandemia. A previsão de dobrar de tamanho este ano é a mais pessimista, afirma o CEO, e talvez já seja alcançada dentro de dois ou três meses.

“Tem que ter resiliência. Empreendemos em um ambiente hostil. Quando passar, quem chegar do outro lado estará muito forte”, prevê.

Tela Viva Móvel

O CEO e fundador da Turbi participará do painel “Inovação móvel em startups”, que acontecerá no dia 12 de agosto, durante a 19ª edição do Tela Viva Móvel, que este ano será 100% em formato digital. Ele terá a companhia de Jean-Marie Truelle, CEO e fundador do Popsy; Henrique Mendes, CEO e cofundador da Nutrebem; Jan Krutzinna, fundador do Chatclass; e Lucas Prado, cofundador e CMO da Pier. A programação completa está no site do evento.

Para mais informações e compra de ingressos, consulte a equipe de eventos do Mobile Time: [email protected] / 11-96619-5888 / 11-3138-4619 (WhatsApp).

 

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