O presidente francês Emmanuel Macron e o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, estão na lista de 15 líderes internacionais que foram espionados por meio do spyware Pegasus, da israelense NSO Group, entre 2017 e 2019. A informação foi divulgada pelo The Guardian e parceiros de mídia nesta terça-feira, 20, na continuação da reportagem do consórcio sobre o vazamento de bancos de dados de vítimas do software espião.
De acordo com a lista, Adhanom e Macron tornaram-se “pessoas de interesse” em 2019 pelo governo do Marrocos. Importante dizer, o termo pessoas de interesse é usado na comunidade de inteligência para abordar pessoas que serão investigadas, como terroristas, traficantes ou lavadores de dinheiro. Um porta-voz do governo francês disse que, se comprovada a espionagem, isso será algo muito grave. Por sua vez, o NSO Group nega a notícia.
Os outros líderes que foram investigados por meio do spyware são: Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul, que foi selecionado como alvo por Ruanda; Saad Hariri, ex-primeiro ministro do Líbano, selecionado pelo Emirados Árabes Unidos; Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, espionado por Marrocos; o Rei Mohammed VI do Marrocos e o primeiro-ministro Saadeddine Othmani, espionados por alguém do próprio staff de segurança; Imran Khan, primeiro-ministro do Paquistão, alvo do governo indiano; o ex-presidente mexicano Felipe Calderón, escolhido por um cliente não identificado quando sua mulher, Margarita Zavala, disputou a presidência; o chefe diplomático do acordo nuclear Irã-EUA, Robert Malley, apontado como persona de interesse por Marrocos.
Vale lembrar, o Mobile Time publicou uma matéria explicando como o Pegasus age. Além disso, o material mostra os recentes avanços tecnológicos do software israelense nos últimos anos.