Mais de 25 mil aplicativos foram retirados na App Store da China depois da publicação de um relatório da emissora China Central Television (CCTV). Os apps vendiam bilhetes de loteria falsos ou ofereciam serviços de jogos de azar, o que é ilegal no país. O número representa 1,4% do total de apps na loja chinesa, segundo a CGNT. A empresa norte-americana confirmou a ação e disse que estava simplesmente cumprindo os regulamentos.
“Aplicativos de jogos de azar são ilegais e não são permitidos na App Store na China”, disse a Apple em comunicado enviado por e-mail para Bloomberg e o New York Times. “Já removemos muitos aplicativos e desenvolvedores […], e estamos atentos em nossos esforços para encontrá-los e impedi-los de estar na App Store”.
A China é o segundo maior mercado da Apple, além de ser a principal base de produção de iPhones e iPads, ou seja, há muito em jogo para a norte-americana.
Medo e conflitos anteriores
O escrutínio dos órgãos reguladores do governo chinês coincide com a escalada da guerra comercial com os EUA, que cobra tarifas punitivas sobre produtos chineses, considerado uma tentativa de conter a ascendência econômica do país asiático. O medo é que as crescentes tensões possam eventualmente estimular os consumidores chineses a boicotar produtos americanos, embora isso não tenha surgido em grande escala.
A própria Apple entrou em conflito com reguladores chineses no passado. Em 2013, foi forçada a pedir desculpas e a ajustar sua política depois que CCTV acusou a empresa de padrões de serviço ruins. No ano passado, foi forçada a derrubar centenas de aplicativos de redes virtuais privadas em resposta a críticas sobre ferramentas para contornar os censores da Internet.