A entrada de um novo presidente no Palácio do Planalto a partir de 2019 coloca diversas questões na cabeça dos brasileiros. Em especial, como será sua política econômica e como melhorará o ecossistema de empreendedores no Brasil. No entanto, os representantes que estão no governo veem com clareza qual deve ser o mote do próximo chefe de comando: a inovação.

“Inovação tem que estar na pauta do próximo governo, dos ministros e do presidente. Esse é o caminho para o próximo presidente. Além disso, tem que capacitar a mão-de-obra para o futuro”, disse Rafael Moreira, secretário de inovação e novos negócios do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). “As políticas industriais estarão cada vez mais ligadas às políticas de inovação. O ecossistema brasileiro não tem uma carência de recursos. O problema é que os instrumentos estão mal alinhados. Um exemplo é a Lei de Informática e a Zona Franca de Manaus que foram remodeladas em prol da inovação. Isso cria demanda para novas empresas e de novas políticas públicas”, exemplificou.

O discurso de Moreira foi defendido por outro colega de governo, o diretor do departamento de políticas de apoio à inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Jorge Mario Campagnolo. Durante painel sobre transformação digital na Abes Software Conference, nesta segunda-feira, 20, o gestor disse que a função do governo está diretamente ligada à “ciência, à tecnologia e à inovação”. E, afirma ainda que é necessário ter um novo olhar para questões como criação de empregos em uma nova economia, e apoio ao empreendedorismo.

“A questão da formação do profissional é importante, mas também sua recapacitação (sic). Teremos em muitos setores a redução de empresas e nós precisamos nos antecipar a essa situação já que muitos profissionais sairão do mercado. É um desafio, mas de oportunidades”, frisou Campagnolo. “Precisamos trabalhar com o empreendedorismo, olhar com carinho as startups, mudar o DNA das nossas empresas, criar mais empresas com agregação de valor e colocar a ciência no nosso cotidiano”.

Um dos mecanismos de inovação defendido pelo diretor do MCTIC é a Lei do Bem, algo que ele considera um dos “principais instrumentos nesta transformação digital”. Campagnolo lembra que empresas podem conseguir benefícios de 54% a 68% em um projeto de P&D. Ele também lembrou de outras iniciativas governamentais, como C.E.S.A.R, Porto Digital e o CPqD.

Por sua vez, Thiago Camargo Lopes, secretário de políticas digitais do MCTIC, defendeu que o governo não está legalmente preparado para incentivar (regular) a inovação. E que, por isso, a administração pública deve agir como “o habilitador do processo de inovação”, com elaboração de políticas públicas que “não atrapalhem a inovação digital”.

“Precisa caminhar mais para a desregulação. Criar um ambiente com aplicações de inovação digital intensa. Queremos unificar todos os programas de inovação às startups. Sem gastar mais dinheiro, queremos atender empresas iniciantes e maduras. E, com isso, ter novos milionários, bilionários novos processos e novas ideias”, disse Lopes.

 

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