As operadoras celulares brasileiras vão precisar se preparar com cuidado para suportar a avalanche de tráfego de dados gerados nos locais dos jogos durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016. Um estudo da Nokia Siemens Networks projeta picos de tráfego acima de 1 mil GB por dia e por operadora no parque olímpico da cidade.  Será um tráfego puxado principalmente por aparelhos 4G, mas também handsets 3G e 2G, todos acessando redes sociais e subindo fotos e vídeos para a Internet.

O cálculo da Nokia Siemens leva em conta a sua experiência nos jogos olímpicos deste ano em Londres, nos quais ela coordenou a cobertura móvel no parque olímpico para duas operadoras. Lá, durante um dos principais dias das provas de atletismo, o pico foi de 450 GB em uma única operadora. A média diária por tele era de 250 GB. Para se ter uma ideia, nas Olimpíadas anteriores, em Pequim, o pico diário esteve abaixo de 10 GB por tele, pois o 3G ainda não estava popularizado na China.

Pelo parque olímpico londrino circularam em média entre 250 e 300 mil pessoas por dia. Para garantir a conectividade de tanta gente foi construído um prédio próximo para abrigar os equipamentos de rádio de todas as teles juntas. Chamado de "hotel de antenas", o espaço recebeu 181 estações rádio-base (ERBs) das cinco operadoras que atuam no Reino Unido. Essas ERBs, por sua vez, se conectavam através de cabos e fibra óptica com antenas de pequeno porte (small cells) espalhadas pelo parque olímpico e que faziam o papel de última milha, ou seja, realizaram o contato com os handsets do público usando variadas tecnologias e frequências. Essa camada de acesso era compartilhada pelas cinco operadoras.

O planejamento dessa estrutura foi feito com grande antecedência. A consultoria e a avaliação dos equipamentos necessários precisa começar 24 meses antes dos jogos. A instalação efetiva das antenas(o que inclui a reorganização de macrocélulas próximas, a otimização da rede, a instalação das microcélulas etc) deve ser feita entre 3 e 6 meses antes do início das Olimpíadas. Durante os jogos, é necessário haver um monitoramento detalhado, em tempo real, 24 horas por dia. As recomendações são da Nokia Siemens.

Copa do Mundo

A Copa do Mundo, por ser descentralizada em várias cidades e composta por eventos de mais curta duração (cada jogo em um único estádio dura cerca de duas horas), não gera tanto tráfego quanto as Olimpíadas. Ou pelo menos não quando comparado com o parque olímpico. Na Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, o pico diário por operadora em um estádio foi de 25 GB. Para a edição brasileira, em 2014, calcula-se um pico diário por operadora acima de 300 GB.

 

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