Uma das maiores dificuldades do varejista de pequeno e médio porte é a gestão de seus funcionários. Embora o sucesso de um lojista passe necessariamente pelo bom desempenho dos seus vendedores, a verdade é que hoje a gestão de recursos humanos em estabelecimentos de pequeno e médio porte é feita de maneira pouco profissional. Para atender a essa necessidade, a SER, empresa brasileira especializada em tecnologia da informação para gestão de capital humano, desenvolveu, em parceria com a Dextra, a Casting. Trata-se de uma solução para a gestão de funcionários do varejo com interface móvel, por meio de um app (Android, iOS).
"O varejista quer ter alta conversão, tíquete médio alto, turn over mínimo e direcionar suas equipes para o máximo de retorno possível. Pensamos de forma reversa sobre como atingir isso e aí criamos a Casting", relata Rogério Bulhões, diretor geral da SER/Casting.
A solução é composta de sete módulos, que podem ser contratados separadamente. Um dos que mais chama a atenção é a ferramenta de análise de performance, que fornece gráficos na tela do smartphone com os resultados de vendas obtidos por cada vendedor, ou por cada loja, em cada categoria de produto e em comparação com as metas traçadas. O diretor da rede pode ver os números em tempo real de todas as lojas; o gerente acessa os dados da sua filial; e cada vendedor pode acompanhar individualmente a sua própria performance, tudo através de seus smartphones pessoais. Bulhões defende a opção pela interface móvel, pois ela confere mais liberdade e privacidade no acesso aos dados para cada usuário. "O gerente pode no café da manhã acessar todos os dados e quando chega na loja já sabe onde atacar. O mesmo vale para o vendedor", comenta Bulhões. Outro módulo complementar a este é chamado de "Talent grid" e consiste em um gráfico que compara a produtividade de cada vendedor em relação ao tempo gasto com treinamento com cada um, o que permite identificar os maiores talentos da loja, ou seja, aqueles com melhor relação entre performance e horas de treinamento.
"O app coloca os gestores na cara do gol. Pega aquele monte de dados e os traduz em informações. É uma relação de ganha-ganha-ganha: vendedor, gerente e dono ganham", argumenta o executivo.
Contratação
A Casting inclui ferramentas para agilizar e melhorar a contratação e o treinamento dos funcionários. Uma delas consiste em um banco de talentos, mantido pela SER, que permite que o varejista solicite rapidamente a indicação de algum candidato a uma vaga em aberto na sua loja. O banco mantêm uma lista de profissionais disponíveis para as principais posições do varejo, como vendedor, estoquista, caixa e gerente. Basta solicitar pelo app para receber indicações imediatamente e marcar entrevistas. Após a contratação, o novo funcionário pode realizar parte do treinamento através do app, que conta com um módulo para essa finalidade, com a oferta de vídeos, PDFs e links de páginas com conteúdo didático selecionados pelo varejista com o apoio da SER.
Por fim, a Casting inclui dois módulos de big data: um para a definição do perfil ideal de funcionário para cada varejista, o que é feito com base em análise do histórico de dados dos empregados presentes e do passado; e outro para dimensionar o tamanho ideal de uma equipe por loja, também com base em análise de histórico de dados de vendas. A sétima ferramenta está em fase final de desenvolvimento e consistirá na oferta de treinamento prévio para os profissionais que se encontram no banco de talentos.
Modelo de negócios
A SER oferece essa solução por dois meses de graça ao varejista, em caráter de degustação. Depois, é cobrada uma mensalidade de acordo com a quantidade de usuários, seguindo o modelo de software como serviço (SaaS).
A Casting foi lançada em agosto e já está sendo utilizada por cinco clientes que totalizam 143 usuários. Dentre os primeiros a experimentá-la estão uma ótica, um franqueado de O Boticário e uma loja de itens de cama, mesa e banho. A expectativa é ter 700 usuários da solução daqui a 12 meses. "Nosso foco está em varejistas que tenham de três a cinco lojas. São aqueles casos em que o empresário faz as vezes de diretor de recursos humanos e de outros departamentos ao mesmo tempo", diz Bulhões.