Os executivos de Rappi, Daki, Delivery Center e Merqueo pontuaram os principais desafios para as entregas ultrarrápidas – serviços de delivery que buscam entregar produtos em curto tempo, como 10 e 15 minutos. Durante o MobiFinance, evento organizado por Mobile Time nesta quarta-feira, 20, Mariam Topeshashvili, cofundadora da Avocado e diretora de dark stores no Rappi, afirmou que “rapidez é importante”, mas não é único ponto: é preciso variedade no estoque e nível de serviço.
“Essa ideia de habilitar o usuário e incrementar a cesta básica, foi o que deu margem ao Turbo Fast”, disse a executiva sobre o serviço que faz entregas em dez minutos. “Asseguramos a entrega neste tempo da seguinte maneira: fazemos o picking and packing em dois minutos e meio, o funcionário da dark store recebe no app, pega e coloca na cesta; o motoboy chega e faz o last mile em sete minutos”, completou.
Rafael Vasto, CEO da Daki, acredita que parte do segredo é garantir que os produtos “estejam próximos das pessoas”. Dando o exemplo de sua startup, a companhia investe em mapas de calor e tecnologia para entender qual imóvel pode otimizar a entrega, reduzir o trajeto e com isso dar mais segurança aos entregadores: “A chave é o desenho do sistema e não a pressa”, afirmou.
Outro executivo que estava no painel, Rodrigo Brisolara, diretor operacional do Merqueo, afirmou que é preciso trabalhar em um tripé de “estoque, preço e rapidez”. Exemplificou que sua empresa “organiza toda a cadeia e dá capacidade para ter estoque mais barato”. Isso permite ter mais sortimento de produtos e dar mais de uma opção de entrega ao cliente (a partir de 15 minutos ou agendada).
“Isso traz ‘ultraconveniência’ ao cliente”, afirmou Brisolara. “Velocidade, preço e sortimento é fundamento, esse conjunto aumenta o activity rate (taxa de atividade de cliente na plataforma)”, explicou.
Por sua vez, Saulo Brazil, cofundador e CEO do Delivery Center, lembrou que em São Paulo há 30 aplicativos de entrega e logística, ou seja, há uma alta concorrência pelo entregador, que ainda é elo mais fraco da cadeia: “A grande inovação do mercado logística urbana tem que fazer no Brasil é tratar o entregador bem. É dar de fato produtividade, ganho e proteção. De fato, nós estamos 50 anos-luz atrás de onde precisamos estar”, disse.