Bruno Rodrigues foi atleta profissional de karatê por 16 anos. Depois de se aposentar do tatame, tornou-se advogado, mas sempre desejou voltar, de alguma maneira, ao bem-estar que o esporte proporciona. Queria disseminar os cuidados com o corpo, a mente e o espírito entre as pessoas e, com foco nesses três pilares, desenvolveu o GoGood (Android, iOS), plataforma direcionada a empresas que estejam preocupadas com a saúde de seus funcionários. A proposta é gerenciar a saúde e o bem-estar das pessoas e incentivá-las também a perderem peso e melhorarem a qualidade de vida. Na plataforma estão integradas informações de atividades físicas, alimentação, estresse, sono e o protocolo médico Diabetes Prevention Program. Atualmente a plataforma conta com 2,8 mil usuários de oito empresas. E, no fim de um período de oito meses, o GoGood dobrou o aumento de passos dos colaboradores. No mesmo período, houve também, em média, redução de 6% de massa corporal (peso) entre esses funcionários.
“Nosso objetivo é incentivar a diminuição de fatores de risco para desenvolver doenças crônicas, reduzir o sedentarismo e a obesidade. E estamos conseguindo. Com o uso da plataforma, mais do que dobramos a atividade física dos usuários”, explica o CEO. Rodrigues está otimista com a solução criada, já que 38% são usuários ativos da plataforma e, desses, 28% usam diariamente, números considerados altos segundo o próprio Rodrigues.
Gamification
O GoGood conta ainda com sistema de mapeamento, gamification corporativo, recompensas de impacto social para quem atinge as metas.
“Criamos diversas camadas de jogos para que as pessoas mudem seus hábitos”, explica Rodrigues. Assim, é possível estipular metas individuais para estresse, sono, peso, atividade física e alimentação saudável. Já em grupo, a plataforma permite o embate entre departamentos da organização (como quem corre mais quilômetros em um mês: o RH ou o financeiro?) e metas globais da empresa. Um exemplo para este caso seria os funcionários de toda a empresa devem perder, em média, x% de peso. Neste caso, a corporação, ao cumprir com o objetivo estipulado, se compromete a doar um valor para uma instituição parceira (no caso, a doação é feita diretamente entre empresa e instituição, sem a interferência do app).
Como começou
Em 2015, o CEO participou do curso Stanford Ignite, da Stanford Graduate School of Business, quando a universidade norte-americana trouxe o curso pela primeira vez para o Brasil. Durante os três meses, o CEO pôde avançar no seu projeto, e, no fim do ano, Rodrigues decidiu empreender. Em 2016 foi desenhada a aplicação para ser uma experiência mobile first e, por isso, mais de 80% do seu acesso é feito em smartphones.
“Frequência cardíaca, número de passos dados no dia, atividades físicas feitas, tudo isso está no celular, então, parecia normal caminharmos para o mobile first”, conta o CEO. Não à toa que o GoGood está integrado direta ou indiretamente a mais de 30 sistemas e dispositivos como o Apple Watch, o Google Fit, o Strava, entre outros.
Diferencial
Rodrigues acredita que o diferencial da GoGood está em informar seus usuários de uma maneira holística. “Peso, saúde mental e outras verticais são as engrenagens para melhorar a qualidade de vida. Se você quer evitar a diabetes, apenas aumentar o número de passos por dia não vai adiantar. É preciso olhar alimentação, atividade física, entre outros fatores. Esse é o futuro da medicina preventiva. Nossa proposta é trabalhar pequenos hábitos. É difícil manter o comportamento que você vai do zero ao 100 muito rapidamente. Desenvolvemos práticas sustentáveis de qualidade de vida. E, por isso, somos diferentes dos concorrentes”.
Meta e modelo de negócio
O GoGood já teve algumas rodadas de investimento e, por isso, planeja crescer três vezes a receita e aumentar o número de usuários em cinco vezes em 2019.
A empresa, que tem base em Florianópolis, começou com quatro pessoas e hoje conta com 13 colaboradores. Sua expectativa é que o número dobre até o fim de 2019.
A plataforma conta com opções de planos para empresas a partir de 35 funcionários, mas seu foco principal são as companhias maiores, com mais de 1 mil colaboradores. No caso, os planos são fechados de acordo com o número de pessoas e a empresa paga mensalmente pelo uso da plataforma.