Na disputa pelos contratos de infraestrutura de quinta geração (5G), a Nokia leva uma vantagem nas negociações com provedores de Internet: mantém uma parceria de muitos anos no fornecimento de equipamentos de redes ópticas para banda larga fixa.
“Muitos ISPs são clientes nossos em rede óptica com Gpon e FTTH. Já víamos uma transição natural da evolução das redes deles (a entrada em 5G), seja através de aquisição de frequências ou redes neutras. O 5G é um complemento para o portfólio de serviços deles, inclusive com mobilidade”, explica Wilson Cardoso, CTO para América Latina da Nokia, em conversa com Mobile Time.
Outra aposta da fabricante finlandesa reside no segmento de redes privadas, para o qual já participou da implementação de vários projetos em 4G, como um para a Vale. Mais recentemente, participou de testes em 5G com Weg. O executivo prevê o surgimento de diversas aplicações em ambiente industrial para aumentar a produtividade e reduzir riscos, aproveitando a alta velocidade e a baixíssima latência do 5G.
Software
No 5G standalone, o core da rede não precisa ficar dentro das operadoras: pode ser instalado em uma nuvem pública. A transição de hardware para software é mencionada por Cardoso: “Temos uma realidade nova no 5G agora. O maior investimento inicial de uma operadora será em software. Isso muda como a gente está comercializando e a expectativa de retorno”, explica.
A adoção de uma arquitetura no padrão OpenRAN também entusiasma o executivo, pois a Nokia é uma das grandes apoiadoras desse conceito. “Somos grandes incentivadores do OpenRAN. É uma evolução natural”, afirma.