A Caixa possui planos audaciosos para o Caixa Tem (Android), aplicativo com interface conversacional voltado para seus correntistas de baixa renda: o banco projeta que o app terá 35 milhões de usuários dentro de três anos. Isso equivalerá a 35% da base total de clientes da Caixa, que gira em torno de 100 milhões de pessoas.

O Caixa Tem foi disponibilizado para download na Google Play no fim de outubro. Foi um lançamento controlado, inicialmente com um limite de 10 mil instalações, mas que foi gradativamente ampliado. Agora acumula 50 mil downloads (seu limite atual na loja) e conta com 20 mil usuários ativos mensais (MAUs, na sigla em inglês). O lançamento nacional, com a liberação do limite de downloads, deve acontecer nas próximas semanas.

A maioria dos usuários do app tem renda mensal de até R$ 2 mil e é predominantemente da geração Y, sendo aproximadamente 40% da região sudeste e 30% da região nordeste. E o mais interessante: 90% deles são pessoas que já eram clientes da Caixa mas não usavam nenhum dos seus canais eletrônicos, como Internet banking ou o aplicativo tradicional.

“É gente que tinha conta mas não transacionava, porque não tinha um perfil digital. Agora usam o Caixa Tem para operações financeiras. É um app que fala a língua deles. Os processos de cadastramento, de login e de validação com senha única são mais simples. E a sessão fica aberta por mais tempo, de forma que a pessoa não precise logar de novo”, relata Tibério Zortea, superintendente nacional de estratégia de canais da Caixa, em entrevista para Mobile Time. E acrescenta: “É papel da Caixa levar cidadania para toda a população, o que abrange a inclusão bancária e digital.”

Serviços

A consulta ao saldo e ao extrato da conta são os serviços mais usados no Caixa Tem, além de pagamento por QR code, hoje limitado a transferências entre contas da Caixa. “Há muitos prestadores de serviços usando o QR code do Caixa Tem para receber. No prédio da Caixa tem uma ONG que trabalha com engraxates e eles usam para pagamento. Alguns autônomos e quiosques de alimentação em volta do prédio da Caixa também”, conta Zortea.

No roadmap de novas funcionalidades que serão acrescentadas ao Caixa Tem ao longo do ano, duas chamam a atenção: a oferta de microcrédito e a possiblidade de abertura de conta simplificada.

Vale lembrar que o Caixa Tem é um app leve, cuja versão atual ocupa apenas 3,1 MB. “Sabemos que nosso cliente possui um celular mais simples. Não queremos competir com as fotos dele no telefone”, explica.

Homescreen

Paralelamente, o outro app da Caixa, usado pela maioria dos seus correntistas, tem ganhado popularidade. De acordo com a mais recente pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre uso de apps no Brasil, foi um dos aplicativos que mais ganhou participação na homescreen do smartphone nacional em 2019. Ele está presente na tela inicial de 12% dos smartphones brasileiros, ocupando a quinta posição no ranking, a melhor colocação de um aplicativo brasileiro, atrás apenas de WhatsApp, Facebook, Instagram e Uber. Uma das explicações para o crescimento no ano passado, de acordo com o executivo, foi a consulta do FGTS através do app. “Pelo nosso acompanhamento vimos de fato uma vertiginosa curva de adesão de clientes ao app, superando diversos outros canais da Caixa e se tornando aquele com maior quantidade de transações”, comenta.

 

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