Desde 2009, o número de start-ups no Brasil mais do que triplicou com 2 mil novas empresas abertas. Foram mais de R$ 620 milhões de investidores-anjo (aqueles que investem em start-ups com capital próprio). A popularização da internet e o aumento no contato com a rede devido à venda de smartphones tornou o nicho de tecnologia da informação um dos mais promissores e lucrativos. Exemplos nacionais de sucesso, sobre as quais vamos falar nesse artigo, já exploram as áreas da publicidade online, antivirus e compras coletivas e são destaque no país.
A Boo-box é hoje a maior empresa de tecnologia para publicidade online da América Latina. A empresa oferece uma rede de publicidade e ferramentas para planejar, executar e monitorar campanhas publicitárias. Foi criada por Marco Gomes, um jovem empreendedor de Brasília que sempre teve um amor enorme por computadores. Para ter uma ideia do nível de influência de Marco Gomes, este ano ele foi o representante latino em um evento da ONU e palestrou sobre liberdade e privacidade online, economia criativa, Marco Civil e direitos autorais na Internet.
A PSafe foi a primeira start-up do grupo carioca Xangô. A empresa lançou um antivírus com serviços em nuvem, o primeiro do Brasil neste quesito. Com mais de 20 milhões de usuários no Brasil, recentemente, a start-up participou de uma rodada de investimentos onde recebeu US$ 30 milhões. A empresa de antivirus Qihoo 360 investiu US$ 25 milhões, já o restante ficou para os investidores Redpoint e.ventures e Pinnacle Ventures. Segundo Marco de Mello, o dinheiro será usado para investir em marketing e em novas estratégias da empresa para atingir 100 milhões de usuários ativos, um de seus principais objetivos.
Peixe Urbano foi a primeira empresa de compras coletivas da America Latina. Em 2012 a empresa venceu o Crunchies Awards, considerado o Oscar da tecnologia e do empreendedorismo. Eles venceram start-ups como SoundCloud, Rovio (Responsável pelo jogo Angry Birds) e Badoo. Depois de ter faturado mais de R$ 350 milhões em 2011 e do sucesso em 2012, a empresa teve um 2013 bem modesto. Além disso, compraram o site Zuppa, especializado em fazer reservas em restaurantes. Ao diversificar seu negócio, diminuiram os gastos com a venda de tickets, que caiu 70% de 2012 para 2013 e mostraram grande capacidade de execução.
Algo que pode ser observado nos três casos é que todas as três start-ups compreenderam a necessidade dos consumidores na atualidade. Seja publicidade, antivírus ou preços de tickets mais baratos, eles souberam prever as mudanças do mercado e se adaptar a elas rapidamente.
Nessas mudanças, também podemos incluir a atenção ao crescimento da telefonia móvel e das vendas de smartphones: ambas PSafe e Peixe Urbano já oferecem aplicativos aos seus usuários, sendo que a primeira possui uma versão de antivírus inteiramente dedicada aos aparelhos.
É verdade que no Brasil ainda não existe nenhuma start-up que ganhou evidência global, mas o futuro do empreendedorismo brasileiro é bastante promissor. É um grande momento em que, não somente recebemos atenção, investimento e confiança do mercado exterior como ideias que saem do padrão básico da oferta e procura. A proporção de heavy-users de Internet que temos aqui explica o foco em serviços online, bem como o surgimento de nichos de mercado para suprir as necessidades mais específias de um público melhor informado de suas possibilidades.