138,3 milhões de brasileiros, ou 77,1% da população com 10 anos ou mais de idade, tinham celular próprio no fim de 2016, informa a pesquisa PNAD Contínua, do IBGE, divulgada nesta quarta-feira, 21.

Cruzando esses dados com aqueles da Anatel de dezembro de 2016, quando havia aproximadamente 231,4 milhões de linhas móveis em celulares pessoais (excluindo-se, portanto, os chips para a comunicação entre máquinas), a média era 1,7 linha por usuário. Com a tendência de consolidação dos chips, por conta das ofertas de tarifa única para chamadas para qualquer operadora, é esperado que essa média de linhas por usuário tenha caído ao longo de 2017. A Anatel já divulgou os dados de dezembro de 2017 (são 221,3 milhões de linhas em celulares pessoais), mas a PNAD Contínua referente ao quarto trimestre de 2017 só será divulgada em meados deste ano.

De acordo com os dados do fim de 2016 coletados pela PNAD Contínua, a região com a maior penetração de telefonia celular era a do Centro-Oeste, onde 84,6% da população tinha o aparelho. O menor percentual foi verificado na região Norte: 65,1%.

A posse do celular é maior entre os jovens de 25 a 34 anos, faixa em que a penetração é de 88,6%. Quanto maior a idade, menor a proporção, chegando a 60,9% na população com 60 anos ou mais. Segundo o diretor do departamento de banda larga do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Artur Coimbra, o percentual de acesso móvel entre os jovens é compatível com o verificado em países desenvolvidos.

O IBGE constatou que  uso do telefone móvel cresce conforme o grau de instrução do brasileiro. Apenas 43,6% das pessoas sem qualquer instrução possuíam celular no fim de 2016. Entre aquelas com ensino fundamental incompleto, o percentual era de 62%. A proporção vai subindo até atingir 97,5% no grupo com ensino superior completo.

Entre estudantes, 68% possuíam celular. Entre aqueles da rede pública, a penetração era de 59,4%. Na rede privada, 90,3% dos alunos tinham celular.

Internet

O IBGE apurou que ao fim de 2016 havia 116,1 milhões de brasileiros que acessavam a Internet, ou 64,7% da população com 10 anos ou mais de idade. A maior proporção estava no Sudeste (72,3%) e a menor, no Nordeste (52,3%). O acesso à Internet é mais comum entre os jovens e cresce conforme o grau de instrução da pessoa.

94,2% dos internautas brasileiros afirmaram que acessam a rede para enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de email. E 76,4%, para assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes. 73,3% conversam por chamadas de voz ou vídeo pela Internet. E 69,3% enviam ou recebem emails.

Dentre aqueles que não acessavam a Internet ao fim de 2016, o principal motivo para tal era o desconhecimento sobre como acessar (37,8%), seguido pela falta de interesse (37,6%) e o preço do serviço (14,3%).

É a primeira vez que a PNAD Contínua divulga dados específicos sobre o uso de tecnologia da informação. Anteriormente esse assunto era tratado na PNAD Anual, que foi descontinuada. As diferenças metodológicas entre as duas pesquisas impedem uma comparação apropriada. Os dados coletados no quarto trimestre de 2017 pela PNAD Contínua, por sua vez, só serão divulgados em meados deste ano. Os dados sobre acesso por domicílio estão nesta outra matéria do Mobile Time.

 

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