[Atualizado às 15h45 do dia 23/02/2024 com informação sobre o período de atuação dos centros de competência] A Embrapii e a Fapesp firmaram uma parceria para injetar R$ 120 milhões no desenvolvimento de OpenRAN com o CPQD. Apresentado nesta quarta-feira, 19, o aporte é de meio a meio, ou seja, R$ 60 milhões da fundação paulista e o restante da empresa federal via programa do Ministério da Ciência e Tecnologia (PPI IoT/Manufatura 4.0).
“Não é uma questão de se, mas quando (o OpenRAN vai avançar). EUA, Japão e Europa têm avançado com iniciativas e aplicações comerciais (vide Dish e Rakuten). No Brasil, nós temos a oportunidade de ser referência mundial no assunto. Nos fóruns que participamos já somos referência na América Latina”, disse Gustavo Corrêa, gerente do CPQD. “A iniciativa do centro de competência apenas catalisa isso”, completou, ao evocar o potencial que a tecnologia tem para alavancar o 5G e o 6G, além das redes privativas.
O CPQD é um dos oito Centros de Competência vinculados à Embrapii. Como player desse ecossistema, o papel do centro de pesquisa é promover tecnologias de redes no padrão aberto, algo que inclui desenvolvimento de projetos de tecnologias, capacitação de profissionais e geração de empregos qualificados. Como parte do acordo, o CPQD vai precisar levantar R$ 6 milhões junto à iniciativa privada para o projeto de OpenRAN, o que elevará o investimento total de R$ 120 milhões para R$ 126 milhões.
Além do CPQD, o Hospital Albert Einstein receberá um aporte de R$ 30 milhões da Fapesp e da Embrapii para pesquisa em terapias avançadas em saúde.
Pesquisa
Os Centros de Competência da Embrapii são um modelo de investimento baseado em assinatura (membership). Com duração de três anos e meio, o seu objetivo é desenvolver tecnologias emergentes. A partir de centros de pesquisa conveniados à estatal, as empresas se associam e participam de um programa de benefícios que permite ter: treinamento de pessoal; participação de projetos; uso de laboratórios e estrutura; investir em startups ligadas aos centros de pesquisa.
“Incorporamos esse modelo (centro de competência) nos últimos dois anos para disponibilizar tecnologia de fronteira. Estamos adicionando em São Paulo a Fapesp como um parceiro para reforçar esse projeto”, disse Chico Saboya, presidente da Embrapii.
Segundo Carlos Américo, diretor-presidente da Fapesp, a entrada no Centro de Competência da Embrapii é similar ao formato que fazem com CNPQ: “É um modelo que estamos trazendo para os centros de pesquisa. Algo que que funciona com a academia, traz um ganho extraordinário para a indústria e fortalece as agências públicas”, completou, ao dizer que podem estudar outras modalidades de cooperação com a Embrapii no futuro.
Imagem principal: Carlos Américo, diretor-presidente da Fapesp (blazer branco); Chico Saboya, presidente da Embrapii (divulgação: Embrapii)