A plataforma Celular Seguro, que permite o bloqueio em diferentes níveis de acesso a aparelhos roubados, furtados ou perdidos, está crescendo e se tornando cada vez mais um banco de dados que reflete quais são os aparelhos mais usados e também visados por criminosos no Brasil. Levantamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) obtido pelo Mobile Time aponta que três marcas – Samsung, Apple e Motorola – concentram 80% dos pedidos de bloqueio.
De acordo com os registros computados desde o início do lançamento, 19 de dezembro de 2023, até a última quarta-feira, 19 de fevereiro, houve mais de 109 mil solicitações de bloqueio. Do total, 38,6 mil foram identificados como aparelhos Samsung; 26,4 mil, iPhones; e 22 mil, Motorola.
Entre as marcas mais comuns na plataforma estão ainda a Xiaomi, com 16,3 mil, e a LG, com 1,1 mil (veja a lista mais abaixo).
Quando observados os dados regionalizados, São Paulo lidera o número de alertas, com 32,4 mil. Apesar do volume, o número está longe do universo das ocorrências. De acordo com balanço da Secretaria de Segurança Pública do estado, houve 163.485 roubos ou furtos de celulares no ano de 2024. Destes, 35 mil aparelhos foram devolvidos às vítimas.
Dos cinco estados com maior número de pedidos de bloqueio de smartphones pela plataforma Celular Seguro, três deles estão na região Sudeste. Logo atrás de São Paulo está o Rio de Janeiro, com 17,2 mil solicitações de bloqueio. Minas Gerais ocupa a quarta posição nacional, com 7,6 mil registros. O terceiro maior é a Bahia, com 8,4 mil e o quinto, Ceará, com 6 mil. Veja os detalhes na tabela:
Outras marcas
Os dados da plataforma Celular Seguro também mostram o uso da ferramenta para bloquear o acesso a smartphones de marcas que não lançaram modelos novos no Brasil nos últimos anos, a exemplo da Huawei que soma 69 registros e a Philco, com 1 registro.
Modelos da Lenovo, que assim eram identificados antes da integração com a Motorola, somam 41 alertas.
Aumento de cadastros
O programa Celular Seguro funciona a partir de uma integração entre um aplicativo instalado no celular e o cadastro na plataforma, que tem o gov.br como meio de acesso. O usuário pode solicitar os bloqueios, acessando por outro dispositivo ou ainda indicando uma pessoa de confiança que pode fazer a solicitação.
A partir de parceria do MJSP com a Anatel e a Febraban, as solicitações são encaminhadas para o bloqueio do IMEI (que inutiliza o celular) ou apenas da linha telefônica e do acesso às contas pelos aplicativos dos bancos, que consiste no “modo recuperação” (saiba mais abaixo).
Até a última quarta-feira, 19, o número de proprietários cadastrados totalizavam 2,4 milhões e o de pessoas de confiança, 1,7 milhão. Entre os alertas, 46% são de roubo, 32% de furto e 20,2% de perda – o restante não conta com especificação informada pelo usuário.
Em um ano, o Celular Seguro registrou um aumento de 373% nos alertas de bloqueio e um crescimento de 60% no total de cadastros de proprietários de smartphones no sistema.
Novas funcionalidades no Celular Seguro
No aniversário do aplicativo, em dezembro do ano passado, a plataforma Celular Seguro incorporou uma nova funcionalidade, o chamado Modo Recuperação, que consiste apenas no bloqueio da linha telefônica e do acesso a contas de bancos parceiros. Trata-se de uma alternativa ao bloqueio total, que inviabiliza o IMEI (identificação internacional de equipamento móvel).
De acordo com o MJSP, o Modo Recuperação já foi ativado 4,3 mil vezes desde o lançamento. De lá para cá, a maioria das pessoas optaram pelo bloqueio total, somando 7,1 mil casos, ao menos até a última quarta.
O órgão prepara novas implementações para uma segunda etapa de aprimoramentos. Estuda-se mecanismo que permita notificar pessoas que habilitarem um chip novo em um celular com registro de roubo, furto ou perda. A ação será coordenada a partir da troca de informações entre a Anatel, o ministério e as secretarias de segurança públicas locais.
Para fazer o cadastro, basta acessar a plataforma Celular Seguro.
Imagem principal: Ilustração gerada com IA pelo Mobile Time
