Os mercados da América Latina, da Europa e da Índia estão na frente do resto do mundo em adoção do RCS, informa Robert Gertsmann, cofundador da Sinch e evangelista-chefe da empresa, em conversa com Mobile Time. Na América Latina, os destaques são Brasil e México.
O RCS tem avançado primeiro em mercados onde há grande penetração de Android e aonde a população e as marcas já estão acostumadas com a interface conversacional via WhatsApp, destaca Gertsmann.
A bola da vez para 2025 é o mercado norte-americano. Há grande expectativa por conta da adesão da Apple ao RCS nos novos iPhones. A primeira operadora norte-americana a lançar a tecnologia foi a Verizon. Em apenas quatro meses, 60% da sua base já está habilitada para o RCS. Como os americanos ainda usam muito SMS, cujas mensagens nos iPhones aparecem dentro do app iMessage, sua transição para o RCS pode acontecer rapidamente.
O tráfego de RCS na Sinch cresceu 30 vezes nos últimos 18 meses. Apesar da forte aceleração, ainda representa menos de 1% do tráfego total da empresa e não é possível prever quando vai ultrapassar o SMS, disse Gertsmann.
O executivo da Sinch prevê que o RCS herdará não apenas os casos de uso de notificações por SMS, mas abrirá novas possibilidades para conversas entre empresas e consumidores, como campanhas de marketing e confirmação ou reagendamento de serviços.
RCS tem menos risco de alteração no modelo de negócios
Gertsmann destaca ainda como vantagem do RCS o fato de ter um risco menor de alterações súbitas no modelo de negócios, por envolver muitos atores ao redor do mundo (operadoras e Google). Em contraposição, o WhatsApp pode, a critério da Meta, alterar sua estratégia de precificação a qualquer momento, como anunciou recentemente aliás, o que dificulta a montagem de estratégias de longo prazo para empresas e integradores que usam esse canal para relacionamento com seus consumidores.
Imagem no alto: Robert Gertsmann, cofundador da Sinch e evangelista-chefe da empresa (à esquerda) e Jonathan Bean, CMO da Sinch (à direita). Crédito: Fernando Paiva/Mobile Time