As agências bancárias não vão acabar. Mas seu número será reduzido sensivelmente, conforme aumenta a relevância de canais de atendimento remoto, como os dispositivos móveis, disse Roberto Setubal, presidente do Banco Itáu, durante a abertura da CIAB, nesta terça-feira, 21, em São Paulo.

"Quando entrei no banco, uma agência tinha 2 mil clientes. Hoje tem 10 mil, 15 mil. Talvez no futuro tenha 50 mil clientes. As pessoas vão cada vez menos às agências, por isso vamos precisar menos delas. Essa tendência de redução no número de agências já acontece nos EUA e na Europa. Aqui no Brasil está começando. É o caminho natural, mas é um processo lento", comentou.

No Itaú, a participação dos canais eletrônicos remotos (Internet e celular) responderam por 71% das transações no primeiro trimestre deste ano. Em 2008, a participação era de apenas 26%. Por sua vez, a participação de dispositivos móveis no total de transações subiu de 1% em 2009 para 20% no primeiro trimestre de 2016. No mesmo intervalo, a participação das agências caiu de 26% para 8%. "Acredito que o celular em poucos anos será o canal mais relevante na interação com o cliente", disse Setubal.

Banco digital

Para o executivo, o principal impacto da era digital está na possibilidade de acesso direto aos consumidores, sem intermediários. "As empresas conseguem falar diretamente com o cliente a um custo muito baixo. Essa é a grande revolução", analisa.

Mas de nada adianta querer ser digital para o cliente sem adotar a cultura digital internamente na própria empresa, reconheceu Setubal. "Se o banco não se transformar num banco digital dentro de si, não vai conseguir ser um banco digital para os clientes. Essa transformação cultural interna é essencial", concluiu.

 

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