Skillshare

Aula de Gabriel Picolo, quadrinista da DC Comics (Reprodução: Skillshare/divulgação)

A plataforma digital de cursos livres Skillshare (Android, iOS) chegou oficialmente ao Brasil nesta terça-feira, 21. De acordo com o vice-presidente e head internacional da empresa na América Latina, Nicolas Scafuro, a plataforma chega com uma “estratégia agressiva” de preço para massificar e alcançar mais alunos.

Com modelo de assinatura anual, a plataforma cobrará R$ 204 ao ano, com parcelas mensais de R$ 17. Isso dá direito ao consumidor de assistir a qualquer uma das 40 mil aulas da plataforma, quando e onde quiser, seja em português ou inglês. Segundo Scafuro, esse valor é uma “fração” do valor cobrado nos Estados Unidos, que daria R$ 835 ao ano, aproximadamente R$ 70 por mês.

O executivo também reconhece que parte da estratégia é para se diferenciar em um mercado que tem “forte demanda”, mas também tem “grandes competidores”.

Vale dizer que a Scafuro acredita que há espaço para a Skillshare avançar em parcerias com empresas de telecomunicações no Brasil — assim como fizeram outras empresas de educação, tendo suas aplicações oferecidas por operadoras.

E, em setembro, a companhia anunciará uma parceria local com a Samsung. Nos Estados Unidos, a empresa tem parcerias com universidades e governos, por exemplo.

Educação

Antes do lançamento, a plataforma de educação funcionava no País, mas com conteúdo e professores dando as aulas em inglês. Agora, a empresa passa a ter professores brasileiros e materiais em português, além de todas as outras 40 mil aulas que estão em outros idiomas com legendas em português.

“A Skillshare não é nova na região. As pessoas que estão na plataforma hoje ensinam e aprendem em inglês. O conteúdo que os brasileiros aprendem na plataforma não é diferente do alemão ou do norte-americano. São os ‘top dez cursos’, como ilustração digital, fotografia no iPhone, ilustração de personagem e ‘como ter sucesso no YouTube”, explica o vice-presidente.

Além do lançamento no Brasil, a plataforma também chega em outros três países da região: México, Colômbia e Argentina.

Atualmente, 500 do total de 14 mil professores da plataforma são latino-americanos e, mesmo sem ter presença local, a companhia registrou um crescimento de 72% na base de assinantes em 2021 na região. Com base nesses resultados, Scafuro afirma que o Brasil é um dos “dez principais mercados da Skillshare” no mundo, mas tem potencial para ser “quinto ou mesmo terceiro” dentro da receita da empresa.

Apenas em 2021, 33 milhões de minutos de aulas foram reproduzidas na plataforma.

No mundo, a companhia tem 830 mil assinantes ativos em mais de 150 países, 75% deles com idades entre 18 e 35 anos. Localmente, a empresa não abre quantos consumidores têm ou o volume consumido.

Conteúdo

Com foco em conteúdo de economia criativa, como ilustração, design, UX, UI, a plataforma funciona com professores convidados que fazem as aulas em vídeo (gravado), e alunos que desejam entrar em um novo mercado, aprender funções e interagir e trocar conteúdos em fóruns. A plataforma pode ser acessada por iOS, Android, site mobile, Apple TV e Chromecast.

Em média, 800 novos cursos são adicionados à plataforma por mês. Para o Brasil, além dos 40 mil cursos com legenda em português, a Skillshare entra no País com dez cursos com áudio e professores falando o idioma português, mas tem meta para chegar a 100 até o final do ano.

Um desses professores é o quadrinista da DC Comics Gabriel Picolo. O artista foi aluno da Skillshare em 2014, mas passou a dar aulas em 2018, gravando os conteúdos em inglês na cidade de Nova Iorque. Agora, Picolo gravará uma aula de ‘design de personagens’ em português para o público brasileiro.

Em média, um professor da Skillshare ganha US$ 3 mil por ano.

 

 

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