Nas primeiras três cidades em que vai lançar sua rede 5G DSS em setembro, Bento Gonçalves/RS, Itajubá/MG e Três Lagoas/MS, a TIM fará uma prova de conceito com um serviço de banda larga fixa sem fio (FWA, na sigla em inglês). Será um serviço “zero touch, self-provisioning e self-caring”, revelou o diretor de engenharia da TIM Brasil, Marco di Costanzo. Em outras palavras, será uma experiência “self-service”, em que o próprio cliente compra o roteador (CPE) 5G e instala na sua casa, sem necessidade da visita de um técnico. Di Costanzo participou de painel sobre 5G e Wi-Fi 6 na edição digital do seminário Fórum de Operadoras Inovadoras, nesta terça-feira, 21.
Inclusão digital
O diretor de engenharia da TIM lembrou da importância de se expandir o serviço de banda larga para o interior do País, independentemente da tecnologia utilizada. Ele destacou que há 1 mil municípios brasileiros sem conexão de fibra óptica e muitos também sem telefonia celular.
“O problema é grande. Considerando o tamanho continental do Brasil, não dá para tratá-lo sozinho. Não existe uma única solução, com um único player e uma única tecnologia. Serão várias soluções em conjunto: banda larga móvel, FWA, FTTH etc”, comentou.
Para tanto, Di Costanzo vê com bons olhos a iniciativa da Anatel de construir um leilão não arrecadatório para as novas frequências de 5G. Na sua opinião, três fatores são fundamentais para levar a banda larga para o interior do Brasil: a disponibilização de espectro, a alocação de recursos financeiros por parte das operadoras e a padronização da tecnologia. Com um leilão não arrecadatório, o dinheiro que o governo deixa de receber com a venda do espectro vem mais tarde, na arrecadação de impostos com o fomento da economia nas regiões atendidas pela tecnologia 5G.
Redes privadas
Paralelamente, o 5G servirá também para a conectividade dentro de fábricas, substituindo a fibra, o que vai conferir maior flexibilidade na gestão bens de produção. A Qualcomm já está conversando com representantes de indústrias tradicionais para serem espécies de “microperadoras” dentro de ambientes industriais, revelou Helio Oyama, diretor de desenvolvimento de negócios da Qualcomm no Brasil, também presente no mesmo painel.