Empregados da indústria de óleo e gás precisam recorrentemente passar por simulações de emergências, especialmente aqueles que trabalham em refinarias e plataformas de petróleo, onde o risco de acidente é maior. Para ajudar na localização de funcionários dentro de suas plantas e socorrê-los em situações de perigo, funcionários da Chevron no Brasil, em parceria com a startup IDK, estão desenvolvendo um wearable device especial.
“Identificamos que na indústria de petróleo temos problemas na evacuação de funcionários de plataformas e prédios. Nas simulações, tem gente que não acha a rota de fuga, a contagem de pessoas é caótica etc”, relata Daniel Michilini Carocha, líder de digital innovation & acceleration na Chevron na América Latina, em conversa com Mobile Time.
Diante desse problema, Carocha e sua equipe, em parceria com a IDK, projetaram um pequeno dispositivo vestível para ser acoplado ao cinto ou macacão dos empregados. Batizado como Harzard Prevention Wearable Device (HPWD), ele se comunica através de RFID em uma rede com antenas espalhadas por toda a plataforma.
O HPWD consegue acompanhar o deslocamento de cada funcionário por meio de triangulação das antenas. Esse monitoramento cumpre dois objetivos: 1) localizar o funcionário em uma situação de emergência; 2) controlar o acesso a áreas restritas. Através de um software, gestores podem desenhar cercas virtuais e definir quem pode acessar cada área e em qual horário. O dispositivo pode vibrar para alertar o empregado em caso de emergência ou se entrar em uma área proibida. Os gestores também são alertados pelo painel no computador ou através de mensagens em seus celulares se houver acesso não autorizado a uma área restrita.
O device também é dotado de acelerômetro. Ele serve para detectar quedas, possibilitando o socorro imediato. Neste momento, está sendo testado o algoritmo que vai gerar o alerta de quedas.
No futuro, a Chevron pretende adicionar outros sensores, como um detector de gases tóxicos e um sensor de ruído.
Com as funcionalidades atuais, a bateria do HPWD dura aproximadamente 20 dias, o que é suficiente para cobrir o tempo de trabalho da maioria dos funcionários em plataformas, pois eles costumam ficar embarcados entre 14 e 21 dias.
Testes
Cerca de 10 protótipos já foram produzidos. Falta apenas concluir o algoritmo de detecção de queda. O cronograma prevê um teste em dezembro no escritório da Chevron no Brasil. No ano que vem, serão feitos testes em uma planta no Rio de Janeiro e depois em outra naA Argentina. Se tudo correr bem, o plano é começar a produzir o equipamento para distribuição para a Chevron no mundo todo. E a IDK, parceira no desenvolvimento, poderá comercializar o device para outras companhias. A expectativa é de que o custo de produção de cada dispositivo fique abaixo de US$ 100.
Carocha vai participar na semana que vem do seminário O&G Tech Week, no Rio de Janeiro, que debaterá o novas tecnologias na indústria de óleo e gás. O evento acontecerá entre os dias 26 e 30 de agosto.